terça-feira, 20 de outubro de 2020

Menotti Del Picchia

 

O Dia do Poeta, celebra o profissional reconhecido como um artista escritor, que usa de sua criatividade, imaginação e sensibilidade para escrever em versos suas poesias. O fulcro principal da data é propiciar incentivo a leitura, escrita e publicação de obras poéticas nacionais. Comemorada no 20 de outubro, por uma razão bastante especial para os poetas brasileiros. No dia 20 de outubro de 1976, em São Paulo, surgia o Movimento Poético Nacional, na casa do jornalista, romancista, advogado e pintor brasileiro Paulo Menotti Del Picchia, poeta, contista, romancista, cronista, ensaísta, jornalista, autor de histórias infantis e político. Menotti Del Picchia iniciou os estudos em Campinas, São Paulo, e concluiu, em Pouso Alegre, Minas Gerais. Formou-se em direito em São Paulo, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Com o livro “Poemas do Vício e da Virtude” faz sua estreia. Trabalha como advogado, e dirige jornais. Em 1917 lança os poemas “Moisés” e “Juca Mulato”, considerado sua obra-prima, revelando-se um cantor enamorado da alma nacional. Cantou uma história de amor obstinado e impossível, versejando com imenso lirismo, e criando expressões poéticas. Na Semana de Arte Moderna de 1922, coordena a segunda noite do evento. Junto do poeta Cassiano Ricardo, e do escritor Plínio Salgado, integrantes do grupo nacionalista Verde-Amarelo e Anta, que se opõe ao movimento pau-brasil de Oswald de Andrade. Assume o jornal Diário da Noite de Assis Chateaubriand. Faz parte de outro grupo nacionalista, A Bandeira, movimento cultural fundado por Cassiano Ricardo. Indicado pelo governador Ademar de Barros, assume o Serviço de Publicidade e Propaganda do Estado de São Paulo. Em 1943 toma posse da cadeira número 28 da Academia Brasileira de Letras. No período entre 1926 e 1962, ocupa os cargos de deputado estadual e federal. Faleceu em São Paulo em 23 de agosto de 1988. Em sua homenagem, foram fundados na cidade de Itapira, o Parque Juca Mulato e a Casa Menotti Del Picchia, com o acervo do autor.

Obras:

Poesia:

Poemas do vício e da virtude (1913)

Moisés (1917);

Juca Mulato (1917)

Máscaras (1919)

A angústia de D. João (1922)

Chuva de pedra (1925)

O amor de Dulcineia (1926)

República dos Estados Unidos do Brasil (1928)

Jesus, tragédia sacra (1958)

Poesias, seleção (1958)

O Deus sem rosto (1968)

Romance:

lama e argila (1920; após a 4a ed., intitulou-se A tragédia de Zilda)

Laís (1921)

Dente de Ouro (1923)

O crime daquela noite (1924)

A república 3000 (1930; depois intitulado A filha do Inca, 1949)

A tormenta (1932)

O árbitro (1958)

Kalum, o mistério do sertão (1936)

Kummunká (1938)

Salomé (1940)

Conto,Crônica e Novela:

O pão de Moloch (1921)

A mulher que pecou (1922)

O nariz de Cleópatra (1922)

A outra perna do Saci (1926)

Literatura Infanto-juvenil:

No país das formigas

Viagens de Pé-de-Moleque e João Peralta

Novas aventuras de Pé-de-Moleque e João Peralta

Teatro:

Suprema conquista (1921)

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Pablo Neruda

 


Em 23 de setembro de 1973, morria Pablo Neruda. Escritor chileno, um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX. Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto,  era o seu nome, que desde os 17 anos, passou a assinar Pablo Neruda,  uma declaração de afinidade com o escritor checo Jan Neruda e viria ser seu nome legal, após ação de modificação do nome.   Ficou órfão de mãe assim que nasceu. Passou a sua infância em Temuco, no sul do país, e lá estudou no Liceu de Homens, iniciou sua carreira, os primeiros poemas do período regional “A Manhã”. Nos Jogos Florais de Maule venceu com o Poema “Noturno Ideal”.  Seu pai casou-se com Trinidad Candia Marverde, mencionada em seus textos com o nome de Mamadre. Em 1921, radicou-se em Santiago,  estudou pedagogia e francês na Universidade do Chile. Ganhou o primeiro prêmio da festa da primavera com o poema “A Canção de Festa”. Suas obras tinham influência do modernismo e surrealismo. Falavam sobre amor e morte, ruíina e desintegração, e do mundo caótico. Em 1934, Neruda teve uma única filha, Malva Marina com a holandesa María Antonieta Hagenaar, Maruca, e com hidrocefalia, morreu aos 8 anos. Se referia a filha em carta a uma amante como "ponto e virgula" e " vampiro de 3kg". Mãe e filha foram a abandonadas por Neruda meses depois do nascimento. Cônsul do Chile na Espanha e no México, e embaixador em Paris, com a Guerra Civil espanhola é destituído do cargo consular e escreve “ Espanha no coração”. Na política foi senador, e desistiu das eleições presidenciais de 1945. Em 1953 constrói sua casa em Santiago, apelidada de "La Chascona", para se encontrar clandestinamente com sua amante Matilde, a quem havia dedicado “Os Versos do Capitão”. A casa foi uma de suas três casas, a "Casa de Isla Negra", na localidade de El Quisco, e "La Sebastiana", em Valparaíso. "La Chascona" foi transformado em museu aberto à visitação. No  mesmo ano da construção da casa, Neruda recebeu o Prêmio Lênin da Paz. Em 1971 recebeu o Nobel de Literatura. Oficialmente morreu em consequência de um câncer de próstata dias após o golpe militar de 11 de setembro no Chile. Desde aquele dia, sua saúde se agravou, vindo a faleceu no dia 23. Segundo seu assistente Manuel Araya Osorio,  Neruda havia sido assassinado na clínica que tivera internado,  com uma injeção letal.

 

Obras

 

As suas principais obras são:

”Crespusculário” (1923).

“Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada” (1924).

“Residência na Terra” (1933).

“O Habitante e sua Esperança” (1936).

“Anéis” (1936).

“Tentativa do Homem Infinito” (1936).

“Espanha no Coração” (1937).

“Canto General” (1950).

“Os Versos do Capitão” (1952).

“As Uvas e o Vento” (1954).

“Odas Elementales” (1954).

“Cem Sonetos de Amor” (1959).

“Memorial de Isla Negra” (1964).

“A Espada Incendiada” (1970).

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

 

Adeline Virginia Woolf, escritoraensaísta e editora britânica. considerada uma das que mais criou  e inovou o idioma inglês. A sua reputação caiu bruscamente após a Segunda Guerra Mundial, mas sua importância reestabelecida com o crescimento da crítica feminista na década de 1970. Adeline Virginia Stephen, nasceu em Kensington, Inglaterra em 25 de janeiro de 1882, e foi educada por professores particulares e aulas com seu pai, que possuía vasta biblioteca particular, daí cedo já queria ser escritora. Pai e mãe casaram-se mais de uma vez e tiveram filhos dos casamentos. Aos 13 anos perde sua mãe, e sofre o primeiro colapso mental. Sua meia irmã Stella, assume as funções da mãe, mas, casando-se deixou a casa, e morre pouco depois da lua de mel. Com 22 anos perde seu pai e a convivência com os irmãos e meio irmãos piora e  Virginia sofreu um segundo episódio de doença mental. Se recupera, e em novembro, conhece o amigo de seu irmão, que viria a ser seu futuro marido Leonard Woolf, que estudava direito. Fundam a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Editam “The Common Reader”, O Leitor Comum, homenagem explícita da autora àquele que, livre de qualquer tipo de obrigação, lê para seu próprio desfrute pessoal, reflexões baseadas em obras-primas e TolstoiDostoievski, Joseph ConradDaniel Defoe,  Jane AustenJames JoyceMontaigneTchekovSterne, Uma seleta destes ensaios, foi reunida em língua portuguesa em 2007 pela Graphia Editorial. No livro-ensaio “A Room of One's Own”, fez a citação que correu o mundo: "Uma mulher deve ter dinheiro e um teto todo seu se ela quiser escrever ficção". Integrante do grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após a Primeira Guerra Mundial, se posicionaria contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. O irmão mais velho de Virginia, adoeceu com febre tifoide em uma viagem em 1906  à Grécia e morreu pouco antes de completar 26 anos - uma perda difícil de ser superada por Virginia. Psicanalistas e biógrafos descrevem que os meio-irmãos, Gerald e George, a abusaram ou, pelo menos, tocaram de forma um tanto imoral, o que poderia ter causado a doença maníaco depressiva, outros acreditam que ser algo genético, pois seu pai sofria de casos de auto-dúvida e sintomas de estresse, tendo dores de cabeçainsônia, irritação e ansiedade; reclamações parecidas com as dela. No ano de 1941, sua casa foi destruída, na Segunda Guerra Mundial, e cai em depressão. Em 28 de março de 1941, Woolf colocou seu casaco, encheu os seus bolsos com pedras, caminhou em direção ao Rio Ouse, perto de sua casa, e se afogou. Seu corpo foi encontrado somente três semanas mais tarde, em 18 de abril de 1941, por um grupo de crianças.

Em seu último bilhete para o marido, Leonard Woolf, Virginia escreveu:

"Querido,

Tenho certeza de que enlouquecerei novamente. Sinto que não podemos passar por outro daqueles tempos terríveis. E, desta vez, não vou me recuperar. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Por isso estou fazendo o que me parece ser a melhor coisa a fazer. Você tem me dado a maior felicidade possível. Você tem sido, em todos os aspectos, tudo o que alguém poderia ser. Não acho que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes, até a chegada dessa terrível doença. Não consigo mais lutar. Sei que estou estragando a sua vida, que sem mim você poderia trabalhar. E você vai, eu sei. Veja que nem sequer consigo escrever isso apropriadamente. Não consigo ler. O que quero dizer é que devo toda a felicidade da minha vida a você. Você tem sido inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer que – todo mundo sabe disso. Se alguém pudesse me salvar teria sido você. Tudo se foi para mim, menos a certeza da sua bondade. Não posso continuar a estragar a sua vida. Não creio que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes do que nós." 

Leonard Woolf morreu de um enfarte 28 anos depois, também foi cremado e as suas cinzas enterradas junto às da sua esposa.

 

Obras

Romances

The Voyage Out (1915)

Night and Day (1919)

O Quarto de Jacob (1922)

Mrs. Dalloway (1925)

To the Lighthouse(1927)

Orlando: A Biography (1928)

As Ondas (1931)

Os Anos (1937)

Entre os Atos (1941)

Coleções de contos

Kew Gardens (1919)

Monday or Tuesday (1921)

A Haunted House and Other Short Stories (1944)

Mrs. Dalloway's Party (1973)

The Complete Shorter Fiction (1985)

A Casa de Carlyle e Outros Esboços (2003)

A Viúva e o Papagaio

Biografias

Flush: Uma Biografia (1933)

Roger Fry: A Biography (1940)

Ensaios

Modern Fiction (1919)

O Leitor Comum (1925)

A Room of One's Own (1929)

On Being Ill (1930)

The London Scene (1931)

The Common Reader: Second Series (1932)

Três Guinéus (1938)

The Death of the Moth and Other Essays (1942)

The Moment and Other Essays (1947)

The Captain's Death Bed and Other Essays (1950)

Granite and Rainbow (1958)

Books and Portraits (1978)

Women and Writing (1979)

Collected Essays

Teatro

Freshwater: A Comedy (performado em 1923, revisado em 1935 e publicado em 1976)

Traduções

Stavrogin's Confession & the Plan of 'The Life of a Great Sinner', dos rascunhos de Fiódor Dostoiévski, traduzido em parceria com S. S. Koteliansky (1922)

Diários

A Writer's Diary (1953 - trechos do diário integral)

Momentos de Vida (1976)

A Moment's Liberty: the shorter diary (1990)

Os Diários de Virginia Woolf (em cinco volumes, com diários de 1915 a 1941)

Passionate Apprentice: The Early Journals, 1897-1909 (2016)

Travels With Virginia Woolf (1933)

The Platform of Time: Memoirs of Family and Friends, Expanded Edition (2008)

Cartas


Congenial Spirits: The Selected Letters (1993)

The Letters of Virginia Woolf, 1888-1941 (1993)

Paper Darts: The Illustrated Letters of Virginia Woolf (1991)

 

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Cora Coralina

 

Ana Lins dos Guimarães Peixoto, poetisa e contista brasileira. publicou seu primeiro livro já aos 75 anos. Tornou-se uma das vozes femininas mais relevantes da literatura nacional. Natural de Goiás, nasceu em 20 de agosto de 1889. Pai desembargador, nomeado por D. Pedro II. Cursou até a terceira série do primário, mas, aos 14 já escrevia poemas e contos. No jornal “A Rosa”, criado por amigas, publica suas obras. Em 1910 com o pseudônimo Cora Coralina, publica o conto "Tragédia na Roça". Com seu companheiro, advogado divorciado, vai morar em Avaré, interior de São Paulo. Convidada para a Semana de Arte Moderna, ele a impede de ir. Em 1934, morre seu companheiro, e ela sustenta os quatro filhos, com sua produção de doces, embora continuasse a escrever. Dizia que seus doces cristalizados, eram melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno. Vai para São Paulo, vende livros. Muda-se para Andradina, escreve para o jornal da cidade. Em 1951 candidata-se a vereadora, passados cinco anos, volta para sua cidade natal. Aos 70 anos, decide aprender datilografia e passa suas poesias e poemas as editoras. Aos 75 publica o primeiro livro "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1970, toma posse da cadeira nº. 5 da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. Em 1976, lança seu segundo livro "Meu Livro de Cordel", e a partir de 1980, o grande público, passa de fato a saber quem é Cora Coralina, principalmente pelos elogios do poeta Carlos Drummond de Andrade. Nos últimos anos de sua vida, com sua obra reconhecida participa de conferências e programas de TV. Recebe o título de Doutor Honoris Causa da UFG, e o "Prêmio Juca Pato", como intelectual do ano de 1983, com o livro “Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha”. Em 1984 ocupa a cadeira nº38 da Academia Goiânia de Letras. Cora Carolina, escreveu sobre seu tempo e sobre o futuro, enfatizando a realidade das mulheres dos anos de 1900. Faleceu em Goiânia, no dia 10 de abril de 1985. Em 2002, a cidade de Goiás marcada pela arquitetura dos séculos XVIII e XIX, recebeu o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, pela Unesco. A casa onde morou é hoje o museu da escritora. Demais obras: Estórias da Casa Velha da Ponte, contos, 1985;Os Meninos Verdes, infantil, 1980;Tesouro da Casa Velha, poesia, 1996 (obra póstuma);A Moeda de Ouro Que um Pato Engoliu, infantil, 1999 (obra póstuma);Vila Boa de Goiás, poesia, 2001 (obra póstuma);O Pato Azul-Pombinho, infantil, 2001 (obra póstuma). 


 

terça-feira, 7 de julho de 2020

Giosuè Carducci

Giosuè Carducci  poeta italiano, nasceu em 27 de julho de 1835 em Val di Castello, na Toscana. Foi o primeiro italiano a receber o 7º Nobel de Literatura em 1906. Precoce, aos 14 anos ensaia poema épico em oitavas, traduz em tercetos, canto IX da Ilíada, e dois sonetos “A Minha Mãe” e “A Vida”. Cursou universidade em Pisa. Aos 25 anos,  já ocupava a cátedra de literatura italiana da Universidade de Bolonha. Professor durante meio século. Crítico e polêmico, viveu em um século bastante rico em acontecimentos. Destarte sua produção crítica repercutir menos que a poética, esteve à frente do grupo do Appendice, poetas que entendiam o classicismo pelo exemplo e não apenas pela polêmica e dessas suas preocupações humanísticas e ideológicas, publicou as coletâneas “Juvenilia”. Marcantes os versos em “Rimas”, obra de exaltação ao espírito italiano. Perdeu o irmão que se suicidou  e dois anos depois o pai. Casa-se no ano seguinte e teve 4 filhos. Dante um dos filhos, morreu aos 3 anos de idade, quase junto a morte da mãe do poeta. Foi deputado e já senador, quiçá  seus 55 anos, assume uma postura menos radical e, até aceita o regime monarquista. Conhecido em toda a Europa, sem sair de Toscana, seu conhecimento do estrangeiro e mesma da própria Itália, foi livresco. Em sua obra se nota pouco de sua autobiografia, confidências. Homem de pouca paixão ou tentado pelo amor, se contentou mais a cantar a glória dos seus escritores preferidos a quem  amava e venerava. Diferente dos poetas que desdenhava o labor técnico, em “Odes Bárbaras”, fez da arte dos versos poesia, sendo considerada sua obra-prima.  Faleceu aos 71 anos, em 16 de fevereiro de 1907 em Bologna.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Orígenes Lessa


Orígenes Lessa, jornalista, contista, novelista, romancista e ensaista. Orígenes Temudo Lessa nasceu Lessa em Lencóis Paulista em  12 de julho de 1903 e em 13 de julho faleceu no Rio de Janeiro. Com 3 anos de idade a família foi  para São Luis do Maranhão. Até aos 9 anos, acompanhou o pai missionário presbiteriano. Da experiência resultou o romance Rua do Sol. Retornam a São Paulo e aos 19 anos, passa 2 anos no seminário protestante. Vai em 1924 para o Rio de Janeiro, em prol da família que passa por dificuldades. Dedicou-se ao magistério. Formou-se também em Educação Fisica, sendo instrutor de ginástica do Instituto de Educação Física da Associação Cristã de Moços. No jornalismo, seus primeiros artigos. Aos 25 anos, faz escola dramática, então dirigida  por Coelho Neto e em nome da classe, saudou quando Coelho Neto foi aclamado “Príncipe dos Escritores Brasileiros”. Retorna a São Paulo, permanecendo 3 anos como tradutor. Publicou a primeira coleção de contos: “O Escritor Proibido”. Participou da Revolução Constiotucionalista de 1932, sendo preso e removido para o presídio de Ilha Grande, onde escreveu “Não há de ser nada”, reportagem sobre a Revolução Constitucionalista, e “Ilha Grande”, que o projetaram nos meios literários. Foi redator por mais de 4 décadas na agência de publicidade N. Y. Ayer & Son. Publicou a coletânea de contos “Passa-três”, a novela “O joguete” e o romance “O feijão e o sonho”, que pelo sucesso foi adaptado para novela de TV. Em 1942 foi para NY onde por um ano foi redator na NBC em programas irradiados para o Brasil. Retorna ao Rio de Janeiro, reunindo no volume “Ok, América” reportagens e entrevistas feitas em NY.  A partir de 1970 dedicou-se também à literatura infanto-juvenil e, tornou-se um autor bastante conhecido das crianças. Orígenes Lessa nos deixou as seguintes obras:
  
O escritor proibido, contos
Garçon, garçonnette, garçonnière, contos
A cidade que o diabo esqueceu, contos
Não há de ser nada, reportagem
Ilha Grande, reportagem
Passa-três, contos
O feijão e o Sonho

, romance
Ok, América, reportagem
Omelete em Bombaim, contos
A desintegração da morte, novela
Rua do Sol, romance
Oásis na mata, reportagem
João Simões continua, romance
Balbino, o homem do mar, contos
Histórias urbanas, contos
A noite sem homem, romance
Nove mulheres, contos
Beco da fome, romance
O evangelho de Lázaro, romance
Um rosto perdido, contos
Mulher nua na calçada, contos
O edifício fantasma, romance  
Simão Cireneu, romance

Ensaios
Getúlio Vargas na literatura de cordel 
O índio cor-de-rosa. Evocação de Noel Nutels 
Inácio da Catingueira e Luís Gama, dois poetas negros contra o racismo dos mestiços
A voz dos poetas 
Literatura infanto-juvenil
O sonho de Prequeté 
Memórias de um cabo de vassoura 
Napoleão em Parada de Lucas
Sequestro em Parada de Lucas 
Memórias de um fusca 
Napoleão ataca outra vez 
A escada de nuvens 
Confissões de um vira-lata 
Aventuras do Moleque Jabuti
A floresta azul 
Os homens de cavanhaque de fogo
O 13º Trabalho de Hércules 
O mundo é assim, Taubaté 
É conversando que as coisas se entendem 


sábado, 27 de junho de 2020

Guimarães Rosa

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, no dia 27 de junho de 1908, escritor, novelista, romancista, e contista. Um dos mais importantes escritores brasileiros do modernismo. Precoce, estudou francês, alemão, holandês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, russo, latim e grego. Aos 21 inicia seus primeiros contos. Aos 22 anos, forma-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, e casa-se com Lígia Cabral Penna, com quem teve duas filhas. Foi oficial médico do 9º Batalhão de Infantaria. Em 1934, ingressa para a carreira diplomática. Suas obras, ambientadas em grande parte no sertão brasileiro. Na linguagem, inovou pela influência de ditos populares e regionais. Erudito, permitiu a criação de inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos e palavras populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas. A obra de maior destaque, e a mais premiada, é "Grande Sertão Veredas"
, publicada em 1956, foi traduzida para diversas línguas. Patrono da cadeira nº 2 na Academia Brasileira de Letras, tomou posse três dias antes de morrer, e curiosamente, em seu discurso destaca o tema da morte: ... “Choras os que não devias chorar. O homem desperto nem pelos mortos nem pelos vivos se enluta" ... “ A gente morre é para provar que viveu. Só o epitáfio é fórmula lapidar...”, “...As pessoas não morrem, ficam encantadas. Fez parte da terceira geração modernista, chamada de "Geração de 45" e afirmava: “Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.” Nas suas frases o tema morte era uma constante: “Quando eu morrer, que me enterrem na beira do chapadão, contente com minha terra, cansado de tanta guerra, crescido de coração.” “Ah, acho que não queria mesmo nada, de tanto que eu queria só tudo. Uma coisa, a coisa, esta coisa: eu somente queria era - ficar sendo!”. Estava no auge da carreira de escritor e diplomata, quando faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de novembro de 1967, aos 59 anos, vítima de infarto.

Algumas de suas obras:
Magma (1936)
Sagarana (1946)
Com o Vaqueiro Mariano (1947)
Corpo de Baile (1956)
Grande Sertão: Veredas (1956)
Primeiras Estórias (1962)
Campo Geral (1964)
Noites do Sertão (1965)

Alfred Bernhard Nobel


O único autor de língua portuguesa laureado com o Nobel de Literatura foi José Saramago em 1998. A Fundação Nobel, criada em 29 de junho de 1900, desde 1902 através de um comitê, cinco membros eleitos pela academia Sueca, indicam os laureados e os prêmios que são entregues em cerimônia anual em 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel, pelo Rei da Suécia e o Nobel da Paz é entregue em Oslo, na Noruega. A França detém o maior número de laureados. Na América do Sul, Gabriela Mistral em 1954, Pablo Neruda em 1971, Gabriel Garcia Marques em 1982, Mario Vargas Llosa em 2010 receberam o prêmio. Já houve quem não quisesse receber, mas, a academia os mantém na lista de laureados e de mais de uma pessoa agraciada. Em sete anos o prêmio não foi concedido. Alfred Bernhard Nobel nasceu em 21 de outubro de 1833 em Estocolmo, na Suécia. Iniciou os estudos em seu país, e acompanhou seu pai, engenheiro, em São Petersburgo, na Rússia, na fábrica de nitroglicerina. Químico aos 16 anos, falava além do sueco, russo, inglês, francês, e alemão. Na França fez sua especialização, trabalhou nos EUA, e voltou a São Petersburgo, na tentativa de aperfeiçoar a nitroglicerina líquida, inventada pelo italiano Ascanio Sobrero, mas a fábrica faliu e  voltou à Suécia, para trabalhar na fabricação de explosivos à base de nitroglicerina líquida, e perde o irmão caçula acidentado com a substância.  O governo o proíbe de reconstruir a fábrica. É, tido como "cientista louco", mas, mantém a pesquisa para minimizar o perigo do manuseio, resultando na dinamite e no detonador e ainda  cria um explosivo mais potente, a nitroglicerina gelatinizada. Fica milionário com patentes e a exploração de poços petrolíferos na Rússia, mas, sem filhos e abalado com seus inventos para fins bélicos, deixa parte de seus bens para a fundação, e estipula um prêmio anual para o desenvolvimento da paz no mundo, nas áreas de químicafísicaliteratura, medicina e da própria paz. Alfred Bernhard Nobel morreu em San Remo, Itália, em 10 de dezembro de 1896, de derrame cerebral. Nos próximos feeds escreverei sobre estes e mais autores literários que receberam o Nobel de Literatura. Até lá!

terça-feira, 23 de junho de 2020

Joaquim Manuel de Macedo

Joaquim Manuel de Macedo, poeta, romancista, jornalista, professor, teatrólogo e memorialista, nasceu em Itaboraí, RJ, em 24 de junho de 1820. Formou-se em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro. No mesmo ano publicou “A Moreninha”, propiciando-lhe enorme fama. Não exerceu a profissão de médico, se seduziu pelo magistério, foi ser professor de História no Colégio Pedro II, e dos netos do Imperador Pedro II. Foi Conselheiro Diretor da Instrução Pública, fundou e foi orador oficial do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foi deputado em várias legislaturas. Como memorialista, escreveu “Memórias da Rua do Ouvidor” e “Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro”, com estilo simples descreveu a vida carioca na segunda metade do século XIX, com ênfase nos costumes e da vida familiar. Patrono da cadeira nº. 20 da Academia Brasileira de Letras. Até então a prosa literária começara no Brasil com os folhetins e traduções de folhetins franceses, publicados em capítulos nos jornais, as histórias que faziam sucesso eram lançadas em livros, a partir daí surgiram autores brasileiros, sendo ele um dos fundadores do romance brasileiro, considerado em vida uma das maiores figuras da literatura contemporânea e com o romantismo, nasce a prosa de ficção brasileira, em 1844 com o romance “A Moreninha”, uma crônica do seu tempo, com linguagem simples, trama fácil, descreve os costumes da classe burguesa do império, os saraus familiares, os namoros de estudantes,  enfim os costumes da sociedade carioca, suas festas, tradições, as intrigas de amor e mistério, casamento, final feliz com a vitória do amor. Ao que tudo indica, parece que a heroína do livro se trata da namorada, e de sua futura mulher, Maria Catarina de Abreu Sodré, prima-irmã de Álvares de Azevedo. Ao final da vida, Manuel de Macedo, sofreu de decadência das faculdades mentais, falecendo antes de completar 62 anos, no Rio de Janeiro, em 11 de abril de 1882.

Obras
Romance
A Moreninha, 1844
O Moço Loiro, 1845
Os Dois Amores, 1848
Rosa, 1849
Vicentina, 1853
O Culto do Dever, 1865
O Forasteiro, 1856
A Luneta Mágica, 1869
As Vítimas Algozes, 1869
O Rio do Quarto, 1869
As Mulheres de Mantilha, 1870
A Namoradeira, 1870
Teatro
O Cego, 1849
O Fantasma Branco, 1856
O Primo da Califórnia, 1858
Luxo e Vaidade, 1860
Remissão de Pecados, 1870
Poesia
A Nebulosa, 1857
Memória
Um Passeio Pela Cidade do Rio de Janeiro, 1862,63
Memórias da Rua do Ouvidor, 1878


quinta-feira, 11 de junho de 2020

Lygia Fagundes Telles



Lygia Fagundes Telles, advogada, romancista e contista.  Lygia de Azevedo Fagundes, nasceu em São Paulo, em 19 de abril de 1923. Filha de promotor público, e mãe pianista, desde cedo demostrou interesse pelas letras. Aos oitos anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu 5 anos. De volta a São Paulo, ingressou na Escola Superior de Educação Física, e aos 18 fez em paralelo o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco. Colaboradora de dois jornais vinculados à Academia de Letras da Faculdade passou a frequentar locais em que se reuniam diversos literatos, onde conheceu Mario e Oswald de Andrade. Seu pai financiou seu primeiro livro de contos, “Porão e Sobrado”, o sucesso se repetiu com “Praia Viva”. Aos 24, casou-se com um de seus professores de Direito com quem teve um filho. Separou-se 3 anos depois, para casar-se com um crítico de cinema. A seguir escreveu “O Cacto Vermelho” e seu primeiro romance, Ciranda de Pedra”, publicado em 1954, tornando-a nacionalmente conhecida. Em 1973, o romance "As meninas” foi transformado em filme em 1995. Em 1987, tomou posse da cadeira número 16 da Academia Brasileira de Letras. Muitos livros da escritora foram publicados em outros países: Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Estados Unidos, dentre outros. Em 2000, publicou o livro Invenção e Memória,  considerado por ela como seu melhor livro, disse: "Sou como as mães em relação a seus filhos: o caçula é sempre o que recebe mais atenção."  Em 2012 publicou Um Coração Ardente”, e em 2016, foi indicada ao Prêmio Nobel de Literatura. Lygia se diz influenciada por Machado de Assis especialmente por sua "ambiguidade, o texto enxuto, a análise social e a ironia fina, tendo ela realizado a adaptação para o cinema do romance Dom Casmurro, intitulado Capitu. Lygia Fagundes Telles é  conhecida como "a dama da literatura brasileira" e "a maior escritora brasileira viva".

Algumas Obras
Contos
Porão e sobrado (1938)
Antes do Baile Verde (1970)
Seminário dos Ratos (1977)
Mistérios (1981)
Invenção e Memória (2000)
Romances
Ciranda de Pedra (1954)
Verão no Aquário (1964)
As Meninas (1973)
As horas nuas (1989)
A Noite Escura e Mais Eu, contos, 1995
Invenção e Memória, contos, 2000
Biruta, contos, 2004
Histórias de Mistérios, contos, 2004
Conspiração de Nuvens, contos, 2007
Passaporte para a China, contos, 2011

Frases:
Tentei ser moderna, mas não deu. É sensual a relação que tenho com minha máquina de escrever.”
“Não acho maravilhoso envelhecer. A gente envelhece na marra, porque não há mesmo outro jeito, já fui a tantas estações de águas, já bebi de tantas fontes – onde a Fonte da Juventude, onde?”
“Sabendo interpretar o que lê, o estudante organiza as ideias e produz bom texto. O resto é conversa, falsa teoria.”
“Tão difícil a vida e seu ofício. E ninguém ao lado para receber a totalidade dos seres humanos, isso nos últimos anos da sua vida sem muita ilusão...”
“Quero ficar só. Gosto muito das pessoas, mas às vezes tenho essa necessidade voraz de me libertar de todos.”
“A beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da noite, está no crepúsculo, nesse meio tom, nessa incerteza.”


Ariano Suassuna




Adriano Suassuna, poeta, advogado, dramaturgoromancista, advogado, ensaísta e professor. Ariano Vilar Suassuna nasceu na cidade de Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, capital da Paraíba, em 16 de junho de 1927. Durante a Revolução de 1930, seu pai, ex-governador da Paraíba e então deputado federal, foi assassinado por motivos políticos, no Rio de Janeiro. Foi radicalmente contra a mudança do nome da cidade onde nasceu, para João Pessoa, nome em homenagem ao governador que também teve morte semelhante. Em Recife, terminou os estudos secundários e ingressou na Faculdade de Direito, formando-se em Ciências Jurídicas e Sociais. Fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Escreveu sua primeira peça “Uma Mulher Vestida de Sol”. Em 1955, escreveu o “Auto da Compadecida”, numa visão cristã, sem discussões teológicas, onde denunciou o preconceito, a corrução e a hipocrisia, sendo conhecido em todo o país, adaptada para a TV e cinema. Funda o Teatro Popular do Nordeste, e monta as peças “Farsa da Boa Preguiça”, e “A Caseira e a Catarina”, dedicando-se às aulas de Estética na UFPE, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Com o “Movimento Armorial, e consegue juntar nomes expressivos da música erudita nordestina ao movimento. Com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial”, uma exposição de gravura, pintura e escultura, tenta despertar as artes do país. Construiu em São José do Belmonte, um santuário ao ar livre, com 16 esculturas de pedra, de 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, padroeiro do município. Teve a obra inédita e póstuma publicada em 2017, “A Ilumiara – Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores”, onde sua família, reunindo os escritos que Suassuna levou trinta anos para escrever, é dividida em dois volumes, “O Jumento Sedutor” e “O Palhaço Tetrafônico” considerada seu "testamento literário", finalizada pouco antes de sua morte. Dizia: Nessa nova obra, estou tentando fundir o dramaturgo, o romancista e o poeta num só. Por isso a considero como minha obra definitiva. Ariano morreu no dia 23 de julho de 2014 no Recife, vítima de uma parada cardíaca.

Obras
Uma mulher vestida de Sol (1947)
Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa (1948)
Os homens de barro (1949)
Auto de João da Cruz (1950)
Torturas de um coração (1950)
O arco desolado (1952)
O castigo da soberba (1953)
O Rico Avarento (1954)
Auto da Compadecida (1955)
O casamento suspeitoso (1957)
O santo e a porca (1957)
O homem da vaca e o poder da fortuna (1958)
A pena e a lei (1959)
Farsa da boa preguiça (1960)
A Caseira e a Catarina (1962)
As conchambranças de Quaderna (1987)
Fernando e Isaura (1956, inédito até 1994)
Romance
A História de amor de Fernando e Isaura (1956)
O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971)
História d'O Rei Degolado nas caatingas do sertão /Ao sol da Onça Caetana (2015)
A Ilumiara – Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores (2017) – póstuma
Poesia
O pasto incendiado (1945-1970)
Ode, (1955)
Sonetos com mote alheio (1980)
Sonetos de Albano Cervonegro (1985)
Poemas (antologia) (1999)
Os homens de barro (1949)



segunda-feira, 1 de junho de 2020

Gonçalves Dias


Gonçalves Dias, poeta, professor, jornalista e teatrólogo brasileiro. Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias, no Maranhão, em 10 de agosto de 1823.  Romantizou o tema índio e foi grande poeta indianista da 1ª Geração Romântica e um dos melhores poetas líricos da literatura brasileira. É Patrono da cadeira nº. 15 da Academia Brasileira de Letras. Na infância ajudou seu pai, comerciante português, e teve aulas particulares. Com 15 anos viajou para Coimbra e ingressou no Colégio das Artes, onde concluiu o curso secundário e dois anos depois, entrou para a Universidade de Direito de Coimbra, formando-se em Direito. No período em que lá esteve conheceu, dentre outros, Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Feliciano de Castilho e escreveu a maior parte de suas obras, inclusive a famosa “Canção do Exílio”. Aos 22, já formado, retornou para o Maranhão, e em 1846 foi morar no Rio de Janeiro para integrar-se ao meio literário, conseguindo sucesso e reconhecimento do público, quando publicou “Primeiros Cantos”, Ao apresentar o livro, confessou, ter dado o nome, para que não fossem as últimas, tanto que dois anos depois, publica "Segundos Cantos".
Aos 26 anos, é nomeado professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II e escreveu para jornais e revistas, e cria a Revista Literária Guanabara. Antes de regressar ao Maranhão, publica o livro, “Últimos Cantos", e no seu estado natal, se apaixona, mas, não tem o consentimento da família dela para se casar por ser mestiço.  Mais tarde casa-se com outra pessoa. Exercendo o cargo de oficial da Secretaria de Negócios Estrangeiros, vai  à Europa diversas vezes e em 1854, em Portugal, encontra-se com a primeira amada, já casada, que o inspirou a escrever o poema "Ainda Uma Vez — Adeus!". Retorna em 1862 à Europa para tratamento de saúde. Sem resultados embarca de volta no navio francês Ville de Boulogne no dia 10 de setembro de 1864, que naufraga próximo do Farol de Itacolomi, na costa do Maranhão, vindo a falecer no dia 3 de novembro de 1864.

Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde Canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Obras de Gonçalves Dias
Beatriz Cenci, teatro, 1843
Canção do Exílio, 1843
Patkull, teatro, 1843
Meditação, 1845
O Canto do Piaga, 1846
Primeiros Cantos, 1847
Leonor de Mendonça, 1847
Segundos Cantos, 1848
Sextilhas do Frei Antão, 1848
Últimos Cantos, 1851
I - Juca Pirama, 1851
Cantos, 1857
Os Timbiras,1857 (inacabado)
Dicionário da Língua Tupi, 1858
Liria Varia, 1869, obra póstuma)
Canção do Tamoio
Leito de Folhas Verdes
Marabá
Se se Morrer de Amor
Ainda Uma Vez 
Seus Olhos
Canto de Morte
Meu Anjo, Escuta
Olhos Verdes
O Canto do Guerreiro
O Canto do Índio
Se Te Amo, Não Sei