Gonçalves Dias, poeta,
professor, jornalista e teatrólogo brasileiro. Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias, no Maranhão, em 10 de agosto de 1823. Romantizou o tema índio e foi grande poeta
indianista da 1ª Geração Romântica e um dos melhores poetas líricos da
literatura brasileira. É Patrono da cadeira nº. 15 da Academia Brasileira de
Letras. Na infância ajudou seu pai, comerciante português, e teve aulas
particulares. Com 15 anos viajou para Coimbra e ingressou no Colégio das Artes,
onde concluiu o curso secundário e dois anos depois, entrou para a Universidade
de Direito de Coimbra, formando-se em Direito. No período em que lá esteve
conheceu, dentre outros, Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Feliciano de
Castilho e escreveu a maior parte de suas obras, inclusive a famosa “Canção do
Exílio”. Aos 22, já formado, retornou para o Maranhão, e em 1846 foi morar
no Rio de Janeiro para integrar-se ao meio literário, conseguindo sucesso e
reconhecimento do público, quando publicou “Primeiros Cantos”, Ao apresentar o
livro, confessou, ter dado o nome, para que não fossem as últimas, tanto que dois
anos depois, publica "Segundos Cantos".
Aos 26 anos, é
nomeado professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II e escreveu
para jornais e revistas, e cria a Revista Literária Guanabara. Antes de
regressar ao Maranhão, publica o livro, “Últimos Cantos", e no seu
estado natal, se apaixona, mas, não tem o consentimento da família dela para se
casar por ser mestiço. Mais tarde
casa-se com outra pessoa. Exercendo o cargo de oficial da Secretaria de
Negócios Estrangeiros, vai à Europa
diversas vezes e em 1854, em Portugal, encontra-se com a primeira amada, já
casada, que o inspirou a escrever o poema "Ainda Uma Vez — Adeus!".
Retorna em 1862 à Europa para tratamento de saúde. Sem resultados embarca de
volta no navio francês Ville de Boulogne no dia 10 de setembro de 1864, que
naufraga próximo do Farol de Itacolomi, na costa do Maranhão, vindo a falecer
no dia 3 de novembro de 1864.
Canção do Exílio
Minha terra tem
palmeiras,
Onde Canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Onde Canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem
mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar,
sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem
primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus
que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Obras de
Gonçalves Dias
Beatriz Cenci,
teatro, 1843
Canção do
Exílio, 1843
Patkull, teatro,
1843
Meditação, 1845
O Canto do
Piaga, 1846
Primeiros
Cantos, 1847
Leonor de
Mendonça, 1847
Segundos Cantos,
1848
Sextilhas do
Frei Antão, 1848
Últimos Cantos, 1851
I - Juca
Pirama, 1851
Cantos, 1857
Os
Timbiras,1857 (inacabado)
Dicionário da
Língua Tupi, 1858
Liria
Varia, 1869, obra póstuma)
Canção do Tamoio
Leito de Folhas
Verdes
Marabá
Se se Morrer de
Amor
Ainda Uma
Vez
Seus Olhos
Canto de Morte
Meu Anjo, Escuta
Olhos Verdes
O Canto do
Guerreiro
O Canto do Índio
Se Te Amo, Não
Sei
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