Jardel Filho, foi um
ator que honrou sobremaneira a arte de representar. Nascido em São Paulo em 24
de julho de 1927. De família
tradicional de artistas,
Jardel Frederico De Bôscoli Filho nasceu durante uma temporada teatral que
seus pais promoveram na cidade, e a família logo voltou para o Rio de Janeiro,
então capital federal. Estudou no Colégio Militar, antes de seguir a carreira
artística. Tentou a carreira militar, mas o palco
do teatro o atraiu. Estreou
como ator profissional, em 1947, no
elenco de “Os
Comediantes”, sob a direção de Zbigniew Ziembinski. Sua primeira
atuação foi na peça Desejo,
de Eugene O’Neill, que lhe rendeu o prêmio Revelação do Ano oferecido pela
Associação Brasileira de Críticos Teatrais. Voltaria a ganhar a premiação em
1952, por sua interpretação em Jezebel,
de Jean Anouih. Estreou no cinema nos filmes “Pra Lá de Boa” (1948),
de Luiz de Barros, e “Dominó Negro” (1949), de Moacyr
Fenelon. Foi brilhante em “Era Uma Vez
Um Preso”, de Jean Anouilh; remontagem de “Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues, e “Terras do Sem Fim”, adaptação do romance
de Jorge Amado. recebeu o Prêmio Saci pelo desempenho em “Assassinato à Domicílio”, de
Frederick Knott, direção de Adolfo Celi. Teve uma longa carreira no cinema, trabalhou na Companhia
Cinematográfica Vera Cruz, filmes como
"Floradas na Serra" e "Uma Pulga na Balança".e outros filmes: “Macunaíma”, “Pixote, a Lei do Mais Fraco”, “Terra em
Transe”, obra-prima de Glauber Rocha,
“O Bom Burguês”, “Rio Babilônia”, o seu último trabalho no cinema, indo às telas depois da
sua morte. Na televisão, atuou em 17
novelas e minisséries: “O Bofe”, “Verão
Vermelho”, “O Bem-Amado”, “O Homem que Deve Morrer”, “Fogo Sobre
Terra”, “Coração Alado”, “Brilhante”, “O Espantalho” e “Memórias de Amor”. Essencialmente um intérprete,
Jardel Filho não se engaja em nenhuma das correntes que dominam a linha de
frente do teatro nos anos 1960. Avesso ao teatro de pesquisa estética, defensor
do conservadorismo, declarou: "Sou um profissional, vivo disto. Não vivo
em bares [...] discutindo. Trabalho sem parar. O resto é prosopopéia. Procuro
contribuir com o teatro, não destruí-lo como querem algumas pessoas. [...] O
teatro papai e mamãe tem que haver sempre. É o único tipo de teatro que se
mantém sempre. O papai e mamãe é o teatro que o público quer e precisa", e
com isto a partir dos anos 1970, sua presença nos palcos se torna mais rara, e concentra
sua carreira na televisão. O personagem
Drº Juarez Leão, um homem atormentado pela morte da mulher encontra em Telma a
razão de continuar sendo médico e passa a lutar contra os desmandos de Odorico
e sua obsessão de conseguir um defunto para inaugurar o cemitério de Sucupira, foi um personagem que marcou, Seu
porte atlético, altura, rosto largo e tipo alemão, não o impediu, face a
natural exuberância dramática, de moldar cada um de seus personagens. Faleceu aos 55 anos de idade, no Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1983, em plena
atividade, vítima de um ataque cardíaco, quando gravava a novela "Sol de Verão", tanto que o seu personagem Heitor teve que sair da trama com
uma viagem repentina.
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