domingo, 3 de novembro de 2019

Cecília Meireles


Cecília Meireles, poeta, ensaísta, cronista, folclorista, pintora, tradutora e educadora, 

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1901. Órfã, desde os 3 anos, foi criada pela avó materna. Por sua performance no primário na Escola Estácio de Sá, recebeu das mãos de Olavo Bilac a medalha do ouro. Aos 16 anos formou-se professora na Escola Normal do Rio de janeiro e exerceu o magistério. Estudou música, línguas, literatura, folclore e teoria educacional. Primeira voz feminina de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. Com 18 anos estreou com o livro "Espectros"", com 17 sonetos de temas históricos. Sua poesia foi traduzida para diversos idiomas, e musicada por muitos artistas. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, ano que se casa com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Como jornalista, escreveu sobre folclore e artigos sobre educação. Publicou livros didáticos e poemas infantis e fundou a primeira biblioteca infantil no Rio de Janeiro em 1934, tendo aceito convite do governo português, naquele país fez  conferências divulgando a literatura e o folclore brasileiros. Ficou viúva após 13 anos de casada. Seu marido suicidou-se, vítima de depressão. Lecionou Literatura Luso-Brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com o livro de poemas “Viagem” recebeu da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio de Poesia. Aos 41 anos, se casou com Heitor Vinícius da Silveira Grilo, professor e engenheiro agrônomo. Lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas. Fez conferências sobre Literatura Brasileira em Coimbra e Lisboa e nesta publica o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações dela própria. Em 1942 torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro. Em 1953, recebeu o título de “Doutora Honoris Causa” pela Universidade de Déli, na Índia e no Chile. Em 1964 foi inaugurada a “Biblioteca Cecília Meireles” na província de Valparaíso. Cecília Meireles não se apegou a nenhum movimento literário, suas poesias sim, às tradições da lírica luso-brasileira, embora as publicações iniciais se voltam para o Simbolismo, o caráter intimista, com forte influência da psicanálise, com foco no social, destacou-se no grupo de poetas que consolidaram a "Poesia dos 30", segunda fase do modernismo no Brasil. Com o livro “Viagem” de 1939, com os elementos: vento, água, mar, ar, tempo, etc. e a música confirmam a inclinação neossimbolista, enquanto na poesia reflexiva, de fundo filosófico, abordou temas como a transitoriedade da vida, o tempo, o amor, o infinito e a natureza e intuitiva, questionadora, tentou compreender o mundo a partir das próprias experiências, expressa  no poema épico-lírico “Romanceiro da Inconfidência”,  escrita em homenagem aos heróis que lutaram e morreram pela pátria. Cecília Meireles faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de novembro de 1964, aos 63 anos de idade, vítima de câncer.

Foi homenageada com sua efígie na cédula de cem cruzados novos, em 1989.

Cecília Meireles nos deixou as seguintes obras:

Espectros, poesia (1919)
Nunca Mais... e Poema dos Poemas (1923)
Baladas Para El-Rei, poesia (1925)
Viagem, poesia (1925)
Viagem, poesia (1939)
Vaga Música, poesia (1942)
Mar Absoluto, poesia (1945)
Evocação Lírica de Lisboa, prosa (1948)
Retrato Natural, poesia (1949)
Doze Noturnos de Holanda, poesia (1952)
Romanceiro da Inconfidência, poesia (1953)
Pequeno Oratório de Santa Clara, poesia (1955)
Pístóia, Cemitério Militar Brasileiro, poesia (1955)
Canção, poesia (1956)
Giroflê, Giroflá, prosa (1956)
Romance de Santa Cecília, poesia (1957)
A Rosa, poesia (1957)
Eternidade em Israel, prosa (1959)
Metal Rosicler, poesia (1960)
Poemas Escritos Na Índia (1962)
Antologia Poética, poesia (1963)

Ou Isto Ou Aquilo, poesia (1965
Escolha o Seu Sonho, crônica (1964)


Algumas de suas frases:
"Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira".
"Tenho fases, como a Lua; fases de ser sozinha, fases de ser só sua".
"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não
entenda".
"Entre mim e mim, há vastidões bastantes para a navegação de meus desejos afligidos"
"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há
pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre".



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