Cecília Meireles, poeta, ensaísta,
cronista, folclorista, pintora, tradutora e educadora,
Cecília
Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 7 de novembro
de 1901. Órfã, desde os 3 anos, foi criada pela avó materna. Por sua
performance no primário na Escola Estácio de Sá, recebeu das mãos
de Olavo Bilac a medalha do ouro. Aos 16 anos formou-se professora na Escola Normal
do Rio de janeiro e exerceu o magistério. Estudou música, línguas, literatura,
folclore e teoria educacional. Primeira voz feminina de grande expressão na
literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. Com 18 anos estreou com
o livro "Espectros"", com 17 sonetos de temas históricos. Sua
poesia foi traduzida para diversos idiomas, e musicada por muitos artistas. Participou da
Semana de Arte Moderna de 1922, ano que se casa com o artista plástico
português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas.
Como jornalista, escreveu sobre folclore e artigos sobre educação. Publicou
livros didáticos e poemas infantis e fundou a primeira biblioteca infantil no
Rio de Janeiro em 1934, tendo aceito convite do governo português, naquele país
fez conferências divulgando a literatura
e o folclore brasileiros. Ficou viúva após 13 anos de casada. Seu
marido suicidou-se, vítima de depressão. Lecionou Literatura Luso-Brasileira na
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com o livro de poemas “Viagem” recebeu da
Academia Brasileira de Letras, o Prêmio de Poesia. Aos 41 anos,
se casou com Heitor Vinícius da Silveira Grilo, professor e engenheiro
agrônomo. Lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas. Fez conferências
sobre Literatura Brasileira em Coimbra e Lisboa e nesta publica o ensaio
"Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações dela própria. Em 1942
torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de
Janeiro. Em 1953, recebeu o título de “Doutora Honoris Causa” pela Universidade de Déli, na
Índia e no Chile. Em 1964 foi inaugurada a “Biblioteca Cecília Meireles” na
província de Valparaíso. Cecília Meireles não se apegou a nenhum
movimento literário, suas poesias sim, às tradições da lírica luso-brasileira, embora
as publicações iniciais se voltam para o Simbolismo, o caráter intimista, com forte influência da psicanálise, com foco no social, destacou-se no grupo de poetas que consolidaram a "Poesia dos 30", segunda fase do modernismo no Brasil. Com o livro “Viagem” de 1939, com os
elementos: vento, água, mar, ar, tempo, etc. e a música confirmam
a inclinação neossimbolista, enquanto na poesia reflexiva, de fundo
filosófico, abordou temas como a transitoriedade da vida, o tempo, o amor, o
infinito e a natureza e intuitiva, questionadora, tentou compreender o mundo a
partir das próprias experiências, expressa no poema épico-lírico “Romanceiro da
Inconfidência”, escrita em homenagem aos
heróis que lutaram e morreram pela pátria. Cecília Meireles faleceu no Rio
de Janeiro, no dia 9 de novembro de 1964, aos 63 anos de idade, vítima de
câncer.
Foi homenageada com sua efígie na cédula de cem
cruzados novos, em 1989.
Cecília Meireles nos deixou as seguintes obras:
Espectros,
poesia (1919)
Nunca
Mais... e Poema dos Poemas (1923)
Baladas
Para El-Rei, poesia (1925)
Viagem, poesia (1925)
Viagem,
poesia (1939)
Vaga
Música, poesia (1942)
Mar
Absoluto, poesia (1945)
Evocação
Lírica de Lisboa, prosa (1948)
Retrato
Natural, poesia (1949)
Doze
Noturnos de Holanda, poesia (1952)
Romanceiro
da Inconfidência, poesia (1953)
Pequeno
Oratório de Santa Clara, poesia (1955)
Pístóia,
Cemitério Militar Brasileiro, poesia (1955)
Canção,
poesia (1956)
Giroflê,
Giroflá, prosa (1956)
Romance
de Santa Cecília, poesia (1957)
A Rosa,
poesia (1957)
Eternidade
em Israel, prosa (1959)
Metal
Rosicler, poesia (1960)
Poemas
Escritos Na Índia (1962)
Antologia
Poética, poesia (1963)
Ou Isto
Ou Aquilo, poesia (1965
Escolha
o Seu Sonho, crônica (1964)
Algumas de suas frases:
"Aprendi com as primaveras a
deixar-me cortar e a voltar sempre inteira".
"Tenho fases, como a Lua; fases
de ser sozinha, fases de ser só sua".
"Liberdade é uma palavra que o
sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não
entenda".
"Entre mim e mim, há vastidões
bastantes para a navegação de meus desejos afligidos"
"Há pessoas que nos falam e
nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há
pessoas que simplesmente aparecem
em nossas vidas e nos marcam para sempre".

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