Ana Lins dos Guimarães Peixoto, poetisa e contista brasileira. publicou
seu primeiro livro quando tinha 75 anos e tornou-se uma das vozes femininas
mais relevantes da literatura nacional. Nasceu em Goiás, no dia 20 de agosto de 1889. Seu pai era o
desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, nomeado por Dom
Pedro II. Sua mãe Jacinta Luísa do Couto Brandão. Cursou até a terceira série
do primário, mas, desde os 14 anos escrevia poemas e contos. A partir de 1908 publica
no jornal “A Rosa”, criado com algumas amigas suas obras.
Em 1910 surge o pseudônimo Cora Coralina, ao publicar
o conto "Tragédia na Roça", no "Anuário Histórico e Geográfico
do Estado de Goiás". Em 1911, com seu companheiro, o advogado divorciado
Cantídio Tolentino Bretas, vai morar em Avaré, interior de São Paulo. Em 1922 é
convidada para a Semana de Arte Moderna, e Cantídio a impede. Em 1934, depois
da morte do companheiro, sustenta os quatro filhos, com sua produção de doces,
embora continuasse escrevendo, considerava os doces cristalizados, melhores do
que os poemas escritos em folhas de caderno.
Em 1934 vai para São Paulo. Trabalha vendendo livros, e dois anos depois
muda-se para Andradina, escrevendo para o jornal da cidade. Em 1951
candidata-se a vereadora, passados cinco anos, volta para sua cidade natal. Aos
70 anos, decide aprender datilografia e passa suas poesias e poemas as editoras.
Aos 75 anos, Cora Coralina publica o primeiro livro "O Poema dos Becos de
Goiás e Estórias Mais". Em 1970, toma posse da cadeira nº. 5 da Academia
Feminina de Letras e Artes de Goiás. Em 1976, lança seu segundo livro
"Meu Livro de Cordel", e a partir de 1980, o grande público, passa de
fato a saber quem é Cora Coralina, principalmente pelos elogios do poeta Carlos
Drummond de Andrade. Nos últimos anos de sua vida, com sua obra reconhecida
participa de conferências e programas de TV. Recebe o título de
Doutor Honoris Causa da UFG, e o "Prêmio Juca Pato" da União
Brasileira dos Escritores, como intelectual do ano de 1983, com o livro “Vintém
de Cobre: Meias Confissões de Aninha”. Em 1984 ocupa a cadeira nº38 da Academia
Goiânia de Letras. Cora Carolina, escreveu sobre seu tempo e sobre o futuro,
destacando a realidade das mulheres dos anos de 1900, vindo a falecer
em Goiânia, no dia 10 de abril de 1985.
Em 2002, a cidade de Goiás marcada pela arquitetura dos séculos 18 e 19,
recebeu o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, dado pela
Unesco. A casa onde morou a poetisa Cora Coralina é hoje o museu da escritora. Demais
obras: Estórias da Casa Velha da Ponte, contos, 1985;Os Meninos Verdes,
infantil, 1980;Tesouro da Casa Velha, poesia, 1996 (obra póstuma);A Moeda de
Ouro Que um Pato Engoliu, infantil, 1999 (obra póstuma);Vila Boa de Goiás,
poesia, 2001 (obra póstuma);O Pato Azul-Pombinho, infantil, 2001 (obra póstuma).

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