Lima Barreto, escritor e jornalista nasceu em 13 de maio de 1881 no Rio de
Janeiro. No dia 13 de maio de 1888, enquanto a Princesa Isabel assinava em
praça pública a Lei Áurea, acompanhado do pai, o menino mulato, Afonso
Henriques, o aniversariante do dia, estava ali, no meio da multidão de escravos
que aguardavam a liberdade. Órfão de mãe
aos sete anos. Estudou no Colégio Pedro II e ao se inscrever na Escola
Politécnica, ouve de um veterano: “Onde já se viu um mulato com nome de rei de
Portugal?”. Estudava pouco, lia os filósofos e publicou artigos no jornal da
faculdade, com o pseudônimo de “Momento de Inércia”. Abandonou o curso, no
terceiro ano. O pai enlouqueceu e teve que sustentar 3 irmãos. Passa em concurso
para o Ministério da Guerra, e permanece na função de escriturário até se
aposentar. No período, ingressou no jornalismo. Aos 28 anos estreia com “Recordações
do Escrivão Isaías Caminha”, jovem mulato do interior, romance autobiográfico, contra o preconceito racial e sátira ao jornalismo carioca, as vezes fala como
o próprio autor e não seu personagem. Reconhecidas após sua morte, suas obras se
desenvolvem na primeira república, com a renovação da linguagem e da ideologia,
sem constituir um movimento literário, mas de Pré-Modernismo onde se destacam Euclides
da Cunha e Monteiro Lobato. Lima Barreto descreve a política do final do século
XIX, e o perfil social e humano dos subúrbios cariocas, com linguagem simples e descuidada das normas
gramaticais e de estilo, mais preocupado
com os fatos históricos e os costumes sociais, como se vingando da hostilidade
dos escritores e do público burguês, daí poucos aceitam os contos e romances da
vida cotidiana das classes populares, sem qualquer idealização, desvinculada
dos padrões e do gosto vigente, e recebeu críticas dos letrados, a ira dos meios
acadêmicos e dos conservadores. Boêmio, solitário, internações em razão da
bebida, suas alucinações, vão para a obra “O cemitério dos vivos”. Em “Clara
dos Anjos” denunciou a desigualdade social, e o racismo sofrido pelos negros e
mestiços. Em “Triste fim de Policarpo Quaresma”, sua obra principal, relata a
vida de um funcionário público, nacionalista fanático, sonhador e ingênuo, que
quer resolver os problemas do país e oficializar o tupi como língua brasileira.
Lima Barreto faleceu prematuramente aos 41 anos, em 1º de novembro de 1922, de
ataque cardíaco, face ao alcoolismo, deixando, além das citadas, outras: “Recordações
do escrivão Isaías Caminha”; “Aventuras do Dr. Bogoloff”, “Numa e a ninfa”; “Vida
e morte de M. J. Gonzaga de Sá” “Os bruzundangas”; “Coisas do Reino do Jambom”
e “História e sonhos”. “Feiras e Mafuás”; “Bagatelas”; “Marginália” e “Vida
Urbana”.
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