terça-feira, 21 de abril de 2020

Lima Barreto


Lima Barreto,  escritor e jornalista  nasceu em 13 de maio de 1881 no Rio de Janeiro. No dia 13 de maio de 1888, enquanto a Princesa Isabel assinava em praça pública a Lei Áurea, acompanhado do pai, o menino mulato, Afonso Henriques, o aniversariante do dia, estava ali, no meio da multidão de escravos que aguardavam a liberdade.  Órfão de mãe aos sete anos. Estudou no Colégio Pedro II e ao se inscrever na Escola Politécnica, ouve de um veterano: “Onde já se viu um mulato com nome de rei de Portugal?”. Estudava pouco, lia os filósofos e publicou artigos no jornal da faculdade, com o pseudônimo de “Momento de Inércia”. Abandonou o curso, no terceiro ano. O pai enlouqueceu e teve que sustentar 3 irmãos. Passa em concurso para o Ministério da Guerra, e permanece na função de escriturário até se aposentar. No período, ingressou no jornalismo. Aos 28 anos estreia com “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, jovem mulato do interior, romance  autobiográfico, contra o preconceito racial e  sátira ao jornalismo carioca, as vezes fala como o próprio autor e não seu personagem. Reconhecidas após sua morte, suas obras se desenvolvem na primeira república, com a renovação da linguagem e da ideologia, sem constituir um movimento literário, mas de Pré-Modernismo onde se destacam Euclides da Cunha e Monteiro Lobato. Lima Barreto descreve a política do final do século XIX, e o perfil social e humano dos subúrbios cariocas,  com linguagem simples e descuidada das normas gramaticais e de estilo,  mais preocupado com os fatos históricos e os costumes sociais, como se vingando da hostilidade dos escritores e do público burguês, daí poucos aceitam os contos e romances da vida cotidiana das classes populares, sem qualquer idealização, desvinculada dos padrões e do gosto vigente, e recebeu  críticas dos letrados, a ira dos meios acadêmicos e dos conservadores. Boêmio, solitário, internações em razão da bebida, suas alucinações, vão para a obra “O cemitério dos vivos”. Em “Clara dos Anjos” denunciou a desigualdade social, e o racismo sofrido pelos negros e mestiços. Em “Triste fim de Policarpo Quaresma”, sua obra principal, relata a vida de um funcionário público, nacionalista fanático, sonhador e ingênuo, que quer resolver os problemas do país e oficializar o tupi como língua brasileira. Lima Barreto faleceu prematuramente aos 41 anos, em 1º de novembro de 1922, de ataque cardíaco, face ao alcoolismo, deixando, além das citadas, outras: “Recordações do escrivão Isaías Caminha”; “Aventuras do Dr. Bogoloff”, “Numa e a ninfa”; “Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá” “Os bruzundangas”; “Coisas do Reino do Jambom” e “História e sonhos”. “Feiras e Mafuás”; “Bagatelas”; “Marginália” e “Vida Urbana”.


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