sábado, 22 de fevereiro de 2020

Lamartine Babo


Lamartine Babo nasceu no Rio de Janeiro, em 10 de janeiro de 1904, Lamartine de Azeredo Brabo, nasceu no ano de fundação do seu time de coração, o América F.C. Seu nome ficou marcado com as marchinhas de carnaval, em particular o hino do carnaval: “O teu cabelo não nega”, adaptada da marchinha “Mulata” , de autoria dos irmãos Valença, em que aproveitou a melodia e o estribilho, alterou o ritmo, mudou o resto da letra. “Grau 10”, “Linda Morena”, “ Grande Galo”, “Serra da boa esperança”, “Bonde Errado”, “Bota o Feijão no Fogo”, “ No Rancho Fundo”, “Os rouxinóis”, "Os Calças-Largas", "Ride Palhaço" e tantas outras, além dos  famosos hinos dos clubes de futebol. Lamartine estudou o primário em escola pública, no Colégio São Bento, cursou o ginásio e no Pedro II, foi diplomado no colegial em Letras, formando-se em Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade de Direito, atual UFRJ. Já aos 13 anos, compôs sua primeira valsa "Torturas do Amor", época em que seu pai falece. Aos 16 anos, sem estudar música, compõe sua primeira opereta "Cibele". Na boemia carioca, seu bom humor, o leva a colaborar com a revista Dom Quixote, especializada em humorismo, sátiras e críticas. Trabalha na Light por pouco tempo, demitido por discutir com o chefe, vai para uma companhia de Seguros, e é dispensado por ficar batucando na mesa. Aos 20, sai pela vez primeira em um bloco, cantando as marchinhas, se apaixona e inicia a compor as suas  próprias. Colabora com o teatro de revista e  compõe para vários blocos. Dá aulas de dança, e estreia na  Rádio Educadora com voz de falsete, acompanhado por Ary Barroso no piano. Aos 25 anos tem o seu próprio  programa. Casou-se com Maria José Barroso, em 1951. Em 1960,  fantasiado de  diabo saiu em carro aberto pelas ruas do Rio em comemoração ao campeonato do América. Em 13 de junho de 1963, se recuperando de um enfarte, Lalá, como era conhecido, foi para o Copacabana Palace assistir os primeiros ensaios de um show montado por Carlos Machado inspirado em suas músicas. Três dias depois, quiçá pela emoção, o coração de Lamartine parou, mas, suas canções permaneceram, para a alegria dos foliões.


O Teu Cabelo Não Nega

O Teu Cabelo Não Nega
Mulata
Porque es mulata na cor
Mas como a cor não pega
Mulata,
Mulata quero o teu amor..
.

Ride palhaço
Lá, rá, rá, rá, rá, rá
Lá, rá, rá, rá, rá, rá
Lá, rá, rá, rá, rá, rá
Há, há, há...
Ride palhaço
Lá, rá, rá, rá, rá, rá
Eu sou o teu Pierrô
Colombina, Colombina
Reparte esse amor
Metade pra mim
Metade pro teu Ar..lequim
No rancho fundo

No rancho fundo
Bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade.
No Rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno canta as “mágua”
Tenho os olhos rasos d’água...

 Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda

Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda
Eu Sonhei que tu estavas tão linda
Numa festa de raro esplendor.
Teu vestido de baile lembro ainda
Era branco, todo branco, meu amor.
A orquestra tocou uma valsa dolente,
tomei-te aos braços,
Fomos dançando...

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