A arte
tem o poder de aguçar nossa sensibilidade trazendo à tona diversos sentimentos
e emoções, alguns até conflitantes. Palavra que tem origem no latim “ars”,
significa habilidade. Pode ser compreendida como a capacidade
humana de manifestação cultural. São diversas as maneiras que as pessoas
encontraram para se expressar artisticamente, cada uma com suas
particularidades e linguagens, daí ser difícil encontrar uma única resposta, do
que seja arte., até pelo fato de vir mudando ao longo do tempo. Mesmo considerando
algo que mexe com as emoções, tudo vai depender da
experiência de cada um, e pessoas diferentes podem experimentar a mesma obra de
arte e ter reações diferentes, sem que nenhuma delas esteja errada, já que
todos têm o direito de ter suas próprias preferências e sentimentos. O termo "arte" é apenas um rótulo. E se
tenta classificar o que ela é e o que não é, ou seja, na verdade, não é o que
ela é, e sim de sua experiência pessoal com ela e o significado que você possa
a dar a arte. Embora as reações sejam
diferentes, sempre teremos algo para aprender, posto que nos possibilita:
narrar, lembrar histórias e abordar nossas emoções de uma forma que pouquíssimas
coisas nos permitem. A
arte está para todos que querem experimentá-la e geralmente é encontrada
em lugares que sequer podemos imaginar. Em 1911, o crítico de cinema Ricciotto
Canudo criou o Manifesto das sete artes e estética da sétima arte,
onde classificou a arte em sete tipos: música, dança, pintura, escultura,
teatro, literatura e cinema. De lá para cá, outras foram classificadas, e temos mais 3, além das:
1ª arte
– A Música. Do grego “mousikê”, a arte das musas, referência à mitologia grega.
Porém, acredita-se, que a música, como a dança aparece em pinturas rudimentares
da pré-história, já existia na pré-história, com caráter religioso, em rituais de
agradecimento aos deuses ou pedidos de proteção. Muitos sons provinham, do próprio movimento do corpo e da natureza.
Na Roma antiga a música, é influência da grega, pelos etruscos e pela música
ocidental. Os romanos, com a música sinalizavam ações das tropas na guerra e cantavam
hinos em louvor as vitórias, sendo fundamental na religião e em rituais
sagrados. Os egípcios acreditavam na origem divina da música, daí o culto aos
deuses e os instrumentos eram tocados pelas sacerdotisas. Os chineses, além dos
eventos religiosos e civis tinham a música como identidade, personalizavam
momentos históricos e seus imperadores. Na idade média, a Igreja tinha
forte influência, sobre os costumes e culturas dos povos em toda a Europa e restrições
eram impostas, daí o predomínio do canto gregoriano ou cantochão, mas, direcionaram
a música para as produções culturais, a música popular, e surgem os trovadores
e os menestréis. O monge católico Guido
d'Arezzo, criou a pauta de cinco linhas, definindo as alturas e o nome de cada uma das
notas: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si. A linguagem musical é formada por
diversos sons, em espaços de tempo pré-determinados: o ritmo, a harmonia e a
melodia. O
renascimento, na Europa, dá lugar a música profana, e a música barroca, é mais
elaborada, e vários gêneros foram criados. No Classicismo, a música
instrumental tem sua vez, sons suaves e equilibrados, é criada a sonata, abrilhantando ainda mais as óperas. As
orquestras se impõem. Enquanto o
classicismo buscava o equilíbrio, no romantismo a música se volta para a busca
de uma liberdade maior, da expressão mais densa e viva, plena de emoções e
sentimentos. Os músicos, se libertam e visam, por meio da música, exprimir toda
sua alma. Certo é que a música, despertou sempre sentimentos
variados, favorecendo o equilíbrio mental e o bem-estar. Ela sempre esteve
presente em nossa vida desde as canções de ninar.
2ª arte
– A Dança. É a arte do movimento corporal, através de uma
cadência de movimentos e ritmos, com harmonia própria. Manifestação artística, originária
da pré-história com um caráter sagrado. Em geral acompanhada da música, sendo
possível expressar-se sem ajuda dela. As danças em grupo surgem dos rituais
religiosos, em agradecimentos ou pedidos aos deuses. No Egito, dois mil
anos a.C. Na Grécia, nas comemorações dos jogos olímpicos. Em Roma, danças, homenageiam
o deus Baco (deus do vinho), nas festas e bacanais. O Japão preservou o
caráter religioso; até hoje, dançam nas cerimônias como nos tempos
primitivos. Na renascença, voltam a ter caráter teatral, que se perdia no
tempo, para daí surgir o sapateado e o balé, nas peças, onde vestuário, iluminação e cenário compunham a
estrutura teatral. A partir do séc. XVI se têm registros das danças, com
características próprias do local. A valsa, a polca, o tango, e outras, onde se
dança em pares, surgem no século XIX, não bem aceitas pelos conservadores, não
sabiam eles que no século seguinte surgiria o rock’n roll, que revolucionou o
estilo musical e, consequentemente, os ritmos das danças. A miscigenação dos
povos resultou na difusão das danças, o maracatu o maracatu surgiu em
meados do século XVIII, a partir da miscigenação musical das culturas
portuguesa, indígena e africana. Ela se origina da instituição dos Reis Negros,
já conhecida nos países da França e Espanha, no século XV e em Portugal, no
século XVI, o samba está associada à mistura de elementos musicais herdados
da África e da Europa que se deu na cidade do Rio de Janeiro no século XIX., originou-se
dos antigos batuques trazidos pelos africanos que vieram como escravos para o
Brasil. A rumba teve origem com a chegada de tribos africanas trazidas a Cuba pelos
espanhóis, mais precisamente da região de língua quimbunda, (Angola) e da
Guiné. As danças dessas regiões eram inspiradas nos movimentos de animais
(galo), orixás (Xangô) e em situações do cotidiano.
Hoje as danças com se voltam para a sensualidade, a dança do ventre no
Oriente Médio, sendo mais divulgadas e aceitas por todo o mundo. No Oriente
Médio a dança do ventre, o strip-tease, aliado à dança inglesa e a pole
dance, ou dança do cano. No Brasil, o funk e o samba são mais populares. A
dança, favorece
a criatividade, e auxilia na vitalidade corporal e psicológica, com inúmeros
benefícios.
3ª arte
– A Pintura, é a técnica de depositar pigmentos coloridos sobre uma
superfície, gerando imagens figurativas ou abstratas, permitindo a comunicação,
e demonstrando sentimentos por meio de formas, cores e texturas. Remonta ao
período pré-histórico. As cavernas era o suporte para os desenhos. Hoje nos
possibilita conhecer melhor o passado, costumes e crenças. O elemento
fundamental é a cor, que permite, propor ao espectador sensações de calor, frio, profundidade, sombra. Quanto aos materiais, depende da preferência pessoal do pintor e sua
disponibilidade. O papel é suporte comum para a aquarela e o guache, e eventualmente para a tinta acrílica. A pintura a óleo, a tinta acrílica, o guache, a aquarela,
a caseína, a resina alquídica, o afresco, a encáustica e a têmpera de ovo, são
as técnicas mais conhecidas, embora, pastéis e crayons, estejam mais identificados com o desenho, também são
usados. A pintura está ligada a toda a história da arte. Do Renascimento até o século XX, a pintura de cavalete se difunde em galerias de arte. O crescimento da técnica de reprodução de
imagens, se faz, graças à revolução industrial, e o
surgimento da fotografia. O apogeu de reprodução em
massa, valorizada por vários tipos de designers, especialmente na publicidade, nas várias formas de reprodução técnica, surgem
nesse século, com a computação gráfica,
a técnica da pintura se une completamente à fotografia. A imagem digital,
composta por pixels, mistura as
técnicas de pintura, desenho, escultura 3D
e fotografia, e é a partir desta revolução da arte moderna e das novas tecnologias, que os pintores
adaptaram técnicas tradicionais ou as abandonaram, criando novas formas de
representação e expressão visual.
4ª arte
– A Escultura é a arte de modelar ou desgastar matérias brutas, convertendo-as em
objetos e
seres através da reprodução de formas com significados, expressando
ideias e sentimentos. Como as três artes anteriores, a escultura na Pré-História foi
associada à magia e à religião. No período paleolítico, moldavam animais e
figuras humanas. A prevalência das formas femininas com ventres e seios
volumosos. Sua
origem baseia-se na imitação da natureza, com o intuito maior de representar o
corpo humano. A Grécia Clássica, foi o berço ocidental da arte de
esculpir. Os primeiros artefatos em mármore ou bronze surgem no século 10 a.C.
e vai até o apogeu da era de Péricles, com as esculturas da Acrópole de Atenas.
Os romanos, com esculturas em mármore, mantiveram a produção de esculturas até o fim
do império. Gesso, pedra, madeira, resinas sintéticas, aço, ferro, mármore,
são os materiais e as técnicas de cinzelação, fundição, moldagem ou a
aglomeração de partículas, adequadas ao
material utilizado. Dobra e solda de
chapas metálicas, moldagens com resinas, plásticos, materiais tridimensionais,
tem sido empregadas e a escultura como é conhecida atualmente, surgiu no
Oriente Médio, foi uma das últimas artes a serem desenvolvidas durante a Idade
Média, quiçá devido ao apelo sensual. Destacou-se no Renascimento, com Michelangelo
e sua famosa obra: a estátua de Davi. Nos últimos dois séculos, Constantin
Brancuse e August Rodin, foram mestres da escultura que influenciaram muitos outros
artistas. "A Vênus" de Willendorf, foi esculpida há quase 30 mil anos. Foi encontrada em
7 de Agosto de 1908 por um trabalhador da equipe do arqueólogo Josef Szombathy, possui 11,1 cm (4 3/8 polegadas) de altura
representando estilisticamente uma mulher, descoberta no sítio arqueológico do paleolítico situado perto de Willendorf, na Áustria.
5ª arte
– O
Teatro. Do grego théatron, o lugar físico e Theaomai significando
ver no sentido de olhar com atenção, perceber, contemplar. Nenhuma teoria até
hoje, comprovou a origem do teatro, até pelo fato de que os rituais na história da humanidade começam por volta de
80.000 anos AC. Registro há de diálogos, de peças sagradas no
Antigo Egito, do mito de Osíris e Ísis, por volta de 2500 a.C., que conta a história da morte e
ressurreição de Osíris e a coroação de Horus. A palavra teatro e seu
conceito, como algo independente da religião, só surgiram na Grécia de Pisístrato
560-510 a.C., que deu uma dinâmica de produção para a tragédia, possibilitando
o desenvolvimento das especificidades dessa modalidade. O primeiro diretor de
coro conhecido foi Téspis. Pisístrato o convidou para dirigir a procissão de Atenas. Téspis desenvolveu o uso de máscaras, já que nem todos escutavam, devido ao grande número
de participantes, porém visualizavam o sentimento da cena pelas máscaras. O coro era composto pelos
narradores da história, os rapsodos, que através de
representação, canções e danças, relatavam as histórias do personagem, era o
intermediário entre o ator e o espectador, e trazia os pensamentos e sentimentos além de dar conclusão da peça. Ainda
utilizavam o "Corifeu", representante do coro que
se comunicava com a plateia. Téspis, em uma das procissões, subiu em um tablado, para responder ao coro, tornando-se o primeiro respondedor de coro, surgindo assim
os diálogos. Uma forma primitiva de drama seria desenvolvida totalmente somente a
partir de Ésquilo, reconhecido como pai da tragédia, 455 a.C. com a
adição de um segundo ator, para que houvesse maior conflito. Já a primeira obra
escrita é a Poética de Aristóteles, entre 335 e 323 a.C. Aristóteles afirmava que a
tragédia surgiu de improvisações feitas pelos chefes dos ditirambos, um hino
cantado pelo líder e um refrão pelo coro, dançado em honra a Dioniso, o deus grego da fertilidade e do vinho. As formas
teatrais orientais foram registradas por volta do ano 1000 a.C., com o drama
sânscrito do antigo teatro Indu. O teatro chinês também data da mesma época.
6ª arte
– A
Literatura, a arte das
palavras. Literatura provém do
latim littera, que significa letra. Ao longo dos tempos,
os seres humanos foram desenvolvendo diversas modalidades de manifestação
artística com o objetivo de construir e reconstruir os mundos: real, imaginário, psicológico e ficcional, resguardar
nossa memória e registrar nossa cultura e nossa história. A invenção da escrita, uma das mais importantes para
a humanidade, que marcou o fim da pré-história e o início da história, deu ao
artista condições de melhor produzir uma linguagem expressiva e poética. A
palavra passou a representar não só um meio de
comunicação simples e direta, mas, uma ferramenta para transmissão de ideias,
sentimentos, reflexões, pensamentos, e de narrar histórias, em prosa ou verso, quer fictícias ou reais. Para o
filósofo Grego Aristóteles, um dos primeiros a focar nos estudos sobre a 6ª. arte:
“A Arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra”. Trata-se,
portanto, de uma manifestação artística, em prosa ou verso, muito antiga que
utiliza das palavras para criar arte, ou seja, a literatura preocupa-se em contemplar não apenas o
objeto linguístico, mas também a plasticidade e a beleza que são encontradas
somente na arte. Se na linguagem tem como característica
a objetividade e clareza, na literatura, não existe compromisso com a
transparência. As palavras podem ser empregadas em seu sentido conotativo, isto
é, fora de seus reais significados. Como o escultor que usa o cinzel, e o pintor
o pincel, o escritor se esmera, através da palavra, para tornar seu texto um
objeto de arte. Poemas,
romances, contos, crônicas, novelas, de
características literárias distintas, e muitas maneiras de escrever, têm função importante para o ser humano, pois provocam
sensações e produzem efeitos estéticos dando suporte para o entendimento da sociedade
e de nós mesmos. O conceito de literatura se altera ao longo do tempo, e seu
significado tal qual conhecemos hoje, difere da visão clássica, ampliando e
abrangendo diversos textos que englobam os gêneros literários como os que hoje
conhecemos: literatura infantil, de cordel, marginal, erótica, e outras. O que transforma um texto em um texto literário é a função da linguagem escolhida, e na
literatura, a função poética tem que ser trabalhada
para que o resultado seja considerado
arte.
7ª arte
– O
Cinema, do grego kinema, "movimentos"
e graphein " registrar"é arte surgida pós invenção da fotografia, como desdobramento
dela. A origem da palavra "cinema" deve-se à circunstância de ter
sido o cinematógrafo o
primeiro equipamento utilizado para filmar e projetar. Por metonímia, a palavra também se refere à sala onde são projetadas obras cinematográficas.Várias
imagens fotográficas em sequência projetadas muito rapidamente em uma
tela, era vista como um filme, e possibilitava contar histórias, transmitindo alegria, medo, tristeza e amor. Teve fases
distintas: De 1895 a 1907, o cinema de
atrações e de 1907 a 1915, quando passa a ter a perspectiva de narração. O
cinema existe graças à invenção do cinematógrafo, inventado pelos Irmãos Lumière no fim
do século XIX. Em 28 de dezembro de 1895,
na cave do Grand Café, em Paris,
realizaram os dois engenhosos irmãos a primeira exibição pública e paga da arte
do cinema: uma série de dez filmes, com duração de 40 a 50 segundos cada (os
primeiros rolos de película tinham apenas quinze metros de comprimento). Os
filmes até hoje mais conhecidos desta primeira sessão chamavam-se "A saída
dos operários da Fábrica Lumière" e "A chegada do trem à Estação
Ciotat", 7ª. Arte, termo dado em
1911, pelo crítico de cinema Ricciotto Canudo no "Manifeste des Sept
Arts", afirmando que o cinema conciliava todas as outras artes. Os irmãos
Max e Emil Skladanowsky, antes exibiram 15 minutos do bioscópio, em seu sistema
de projeção de filmes, num grande teatro de vaudevile Berlim. O cinema de Lumière
contava histórias, com pequenos esquetes cômicos, cenários, um ar de teatro,
com a preocupação de manter independência de linguagem, e George Meilés, em 1902, foi o primeiro a filmar uma ideia baseada em
obra literária, quando construiu uma nave espacial e no curta-metragem Viagem à
Lua, sendo considerado o pai da ficção cinematográfica, daí Lumière, e Meilés
são considerados os inventores do cinema. A Star Film, de Méliès, produziu filmes, com escritórios de
distribuição em Nova York e várias cidades da Europa, mas, foi à falência em
1913. A Companhia Pathé, fundada em 1896 por Charles Pathé, dominou o mercado mundial de cinema até a
Primeira Guerra Mundial, comprando as patentes dos Lumière em 1902. Charles
Pathé expandiu seus negócios pelo mundo, e os investidores vislumbraram no
cinema uma espécie de indústria e, passa a ter um forte apelo comercial. Com a
dificuldade do público de entender as passagens temporais das cenas, surgem os
intertítulos, pequenas frases, por exemplo: "Um mês depois...". David.W.Griffith,
produziu em torno de 400 filmes, em que mostrava
a motivação e o perfil psicológico da personagem, como no filme The lonely
villa, de 1909, baseado no filme Le médecin du château, produzido pela Pathé no
início de 1908, em que ladrões atraem um médico com um falso chamado de socorro
para poder invadir sua casa. Griffith alterna cenas dos ladrões e do médico e
de sua família tentando manter os ladrões do lado de fora da casa. A sensação
de simultaneidade, pois, o médico usa um telefone para falar com a família, cria
a montagem alternada ou montagem paralela, onde há alternância entre várias ações simultâneas,
cada uma delas possuindo, por sua vez, contiguidade. Em The birth of a nation, O
Nascimento de uma Nação (1915), considerado o primeiro filme comercial, com 190
minutos, (início da Ku Klux Klan), predominante naquela época, nos EUA, o mais
longo que os norte-americanos já tinham
visto, Griffith trata de um tema
genuinamente nacional, a Guerra Civil, passando o longa-metragem ser norma e
não mais exceção. Com o início da Primeira Guerra Mundial, a produção
cinematográfica migra para os Estados Unidos e Hollywood se transforma no berço
de grandes estúdios, que popularizam o meio, com verbas milionárias de
publicidade, dominam a distribuição, até mesmo em países distantes. O cinema a
serviço da propaganda nazista, fascista ou comunista foi perigosamente
utilizada por Hitler, ainda no cinema mudo, encontrou uma grande resistência, o
americano Charles Chaplin. Dada a grande diversidade de línguas existentes, é
pela dublagem, ou legendas, noutras
línguas, que os filmes se tornaram mundialmente populares.
Desde 1929, juntamente com a universalização do cinema sonoro,
as projeções cinematográficas no mundo inteiro foram padronizadas e o cinema digital alterou
este padrão.
8ª arte
– A Fotografia. No início de sua invenção, não era
considerada arte. Oriunda do grego: phos ou
photo, que significa luz, e graphein, marcar, desenhar ou registrar. Sem
luz não há fotografia. Já no séc. 4 a.C.
os alquimistas teriam conseguido uma imagem invertida através da passagem da
luz por um pequeno orifício feito numa câmara escura. Em 1525 d.C. a descoberta
de que os sais de prata eram
sensíveis à luz, permitindo
a fixação da imagem refletida, evolui para que duzentos anos depois, Johann Henrich Schulze, provou
ao colocar num frasco de vidro nitrato de prata e, expor o recipiente à luz, que a substância que ficara em contato com a
luminosidade se tornara da cor violeta, o restante continuava intacta, daí introduziu
no frasco um chumaço de papel stencil e, após expô-lo novamente ao sol, viu que
ficavam impressas, por um curto espaço de tempo, em negativo, as palavras
escritas no stencil, até que em 1826 o inventor francês Joseph Nicéphore fixou a
primeira representação fotográfica, ao posicionar uma câmera escura em frente a
janela, e a luz solar penetrando no interior da máquina, 8 horas depois ter uma imagem
borrada do telhado da casa vizinha. A invenção
da fotografia foi uma revolução. Antes, uma imagem, ou o
retrato, só era por desenho ou pintura, de um pintor. O progresso
tecnológico, hoje já na era digital, com
as redes sociais, propicia uma linguagem
criativa, o uso de cenários, figurinos e poses, maximizando a imaginação. Com um
clique se arquiva, se
transfere, se acrescenta, se modifica, sendo possível congelar um movimento,
analisá-lo em seus detalhes e guardá-lo por muito tempo. Analógica, ou digital,
para ser boa, a fotografia tem que expressar emoções, os detalhes do momento. Fotografar
é uma arte!
9ª arte – A História em
quadrinhos, ou HQs. Sequência de desenhos feitos em quadros, que juntos
contam uma história através balões, com textos escritos dentro deles, como sendo
as conversas ou pensamentos dos personagens. Embora já nos primórdios, os homens das cavernas comunicavam-se através
das pinturas rupestres, contando através de desenho
a luta pela sobrevivência, coube ao americano Richard Outcault, em
1895, ao publicar em jornais, Yellow Kid, para ser considerada a primeira
história em quadrinhos, de uma criança de origem humilde, dos guetos
americanos, que falava gírias e vestia uma camisola amarela. Essa HQ tinha como
propósito criticar a sociedade de consumo e trazer à tona a questão racial. As comics, como são conhecidas nos países de língua inglesa,
surgiram na mesma época do cinematógrafo, mas, não foram bem recebidas pela
crítica, alguns consideraram como má influência para crianças e adolescentes,
face as temáticas abordadas. Esta arte ficou no submundo das artes até a década
de 1960, quando invadiu o universo acadêmico e ganhou a simpatia de estudantes
e professores. Apesar dos quadrinhos mais famosos ser de super heróis, nem toda
HQ, se restringe a eles. Art Spiegelmam, americano de origem judia, recebeu em
1992, o primeiro prêmio Pulitzer, na obra Maus, onde conta a história de seus
pais, sobreviventes de Auschwitz. Presentes em todo o mundo, os HQs são um
importante meio de comunicação de massa, e os desenhistas de quadrinhos, são
também chamados cartunistas.
10ª
arte – Os Jogos eletrônicos. Arte é mais do que a simples expressão, sendo
capaz de sensibilizar, de fazer sentir. É a expressão ligada à capacidade
estética do ser humano, e ao prazer. Mais
do que uma união de imagens e sons, os jogos eletrônicos são uma nova forma de
arte, de expressão, de envolvimento e fruição. Uma nova forma de partilhar
emoções, e necessariamente precisa da
interação, enquanto a interação é opcional em outras formas de expressão, ela é
obrigatória nos videogames, influenciando nas relações que as novas
gerações criam com o mundo, em programas nos quais as pessoas interagem com
objetos virtualmente, desafiados pela máquina, hoje pela IA, inteligência
artificial, cumprindo metas e se divertindo. Surge em 1970, fruto de
experimentações de acadêmicos em torno de pesquisas na área da ciência da
computação. Em 1977, com o lançamento do Atari, nos EUA, a arte ganhou
impulso. Com o avanço tecnológico, os constantes aprimoramento, passou a ser
uma das formas mais populares de diversão e entretenimento em todo o mundo.
11ª
arte – Arte digital – A arte digital é toda a forma realizada por meio de
computadores, que se inova a cada dia. O alemão Frieder Nake inovou quando, com a ajuda do
algoritimo, interpretou matematicamente no computador a pintura “Highroads and
Byroads”, de Paul Klee, transferindo o resultado para uma mesa de desenho. Engenheiros
de computação da Bell Labs utilizaram um cartão perfurado de computador para
traduzir uma fotografia capturada em linguagem cibernética, e resultou na obra Nude. Andy Warhol, gênio da
pop art, é contratado pela Commodore
para promover o computador Amiga, um dos primeiros modelos fabricados em grande
escala, e produz uma série de 28 experimentos em arte utilizando o exemplar. Na década de 1980, a música do
francês Pierre Henry, tomou grande impulso, sendo o precursor da música
eletrônica, também chamada de ciberarte, engloba linguagens da música, com o
vídeo, a fotografia, o desenho, o cinema e até mesmo a literatura. A arte digital tem avançado em técnicas interativas,
com o espectador fazendo parte da obra, como na instalação “Treachery of the
Sanctuary” ou nas paredes cobertas por QR codes na área russa da Bienal de
Veneza, em 2012. Os principais tipos de arte digital:Desenho vetorial: facilmente
diminuídas ou aumentadas, conforme a necessidade do artista; o Pixel Art: criação de uma imagem por meio de
manipulação individual de pixels e suas cores; Desenho/ilustração:
simulam a arte tradicional por meio de softwares específicos; Animação digital: além da criação, permite que esses
materiais sejam animados em modelos bidimensionais ou tridimensionais e a Modelagem 3D: criação de esculturas e arquiteturas digitalmente.

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