domingo, 24 de novembro de 2019

Portinari


Candido Portinari, pintor, gravador, ilustrador e professor, nasceu em 30 de dezembro de 1903, em Brodowski, São Paulo. Filho de italianos, era o segundo filho de doze irmãos. Com formação escolar do ensino primário, aos 15 anos foi para o Rio de Janeiro, matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes e com 20 anos, já tinha prestígio na crítica nacional, conquistando o "Prêmio de Viagem ao Estrangeiro" da Exposição Geral de Belas-Artes. A amizade com poetas, escritores, jornalistas, e diplomatas, fê-lo participar da elite intelectual brasileira de 1930, época de notável mudança da atitude estética e na cultura do país. Residiu em várias cidades europeias. Conheceu artistas como Van Dongen e Othon Friesz, e Maria Martinelli, uruguaia com quem se casou e viveu toda a vida. No Brasil retratou nas telas o povo brasileiro, e valorizou mais as cores em detrimento do volume e tridimensionalidade. Na exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh, EUA, com uma enorme tela, intitulada “Café”, retratando a colheita típica de sua região de origem, e recebendo menção honrosa. Executou os afrescos do novo edifício do Ministério da Educação e Saúde, e três grandes painéis para o pavilhão do Brasil na Feira Mundial de NY, no Museu de Arte Moderna (NY), e no Instituto de Artes de Detroit. O primeiro livro sobre o pintor, “Portinari, His Life and Art”. Em 1941, executou murais na Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington e ao retornar ao Brasil, realizou os painéis: “Série Bíblica”,  influência de “Guernica” de Picasso, seu grande inspirador. O arquiteto Oscar Niemeyer o convidou para decorar o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, destacando-se: “São Francisco”, e a “Via Sacra” na Igreja da Pampulha. Pelos horrores da guerra produziu as séries “Retirantes” e “Meninos de Brodowski”. Não se elegeu deputado, candidato pelo Partido Comunista Brasileiro em 1945. No ano seguinte viaja à Paris para sua primeira exposição na Europa, na Galerie Charpentier, sendo agraciado, pelo governo francês, com a Légion d’Honneur. Retorna ao Brasil e se candidata a senador em 1947, e não se elege. Em Buenos Aires expõe no salão Peusere e, nos salões da Comissão Nacional de Belas Artes, de Montevidéu. Em 1948, exilou-se no Uruguai, por motivos políticos, onde pintou o painel “A Primeira Missa no Brasil, no ano seguinte, retrata “Tiradentes”,  recebendo a medalha de ouro pelo Júri do Prêmio Internacional da Paz, em Varsóvia. Os painéis com temática histórica, “A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia” e “Guerra e Paz”, este, oferecido pelo governo brasileiro à nova sede da ONU, os maiores pintados por ele, tendo recebido a medalha de ouro da Internacional Fine-Arts Council de Nova York como o melhor pintor do ano de 1956, ano em que a convite de Israel, expõe e executa desenhos inspirados no recém-criado Estado, expostos mais tarde em Bolonha, Lima, Buenos Aires e Rio de Janeiro. Recebeu ainda, o Prêmio Guggenheim do Brasil e,  a Menção Honrosa no Concurso Internacional de Aquarela do Hallmark Art Award, de Nova York. Expôs em Paris e Munique e o único artista brasileiro a participar da exposição 50 Anos de Arte Moderna, no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas, em 1958, e convidado de honra, expôs 39 obras em sala especial na I Bienal de Artes Plásticas da Cidade do México58. Em 1959 expôs na Galeria Wildenstein de Nova York. Participou da exposição Coleção de Arte Interamericana, do Museo de Bellas Artes de Caracas. Quando se preparava para uma grande exposição de cerca de 200 obras a convite da Prefeitura de Milão, vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava, Candido Portinari faleceu aos 58 anos, em 6 de fevereiro de 1962.



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