Dias Gomes

Dias Gomes nasceu em19.10.1922. Romancista, dramaturgo, autor de telenovelas, casado com a  escritora Jenete Stocco Emmer (Janete Clair).

Alfredo de Freitas Dias Gomes, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro em 1935. Em1943, ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, abandonando o curso no terceiro ano. Aos 15 anos escreveu sua primeira peça, “A Comédia dos Moralistas”, depois vieram “Amanhã Será Outro Dia” , “Zeca Diabo”, e outras. A partir de 1941 do teatro adaptou 500 peças para o rádio, daí seu conhecimento da literatura universal. Em 1960 retorna  aos palcos com  o maior êxito de sua carreira: a peça teatral “O Pagador de Promessas”. Que seria adaptada para o cinema por Anselmo Duarte, sendo o primeiro filme brasileiro a receber uma indicação ao Oscar e o único a ganhar a Palma de Ouro em Cannes. Em 1965 sua peça O Berço do Herói, é proibida no dia da estreia, e a adaptou para a televisão com o nome de Roque Santeiro, que também seria proibida, no dia da estreia, dez anos depois, para ser exibida em 1985, com o fim do Regime Militar. Era do Partido Comunista, sendo demitido da Rádio Nacional, foi escrever para a televisão, na qual se dedicou exclusivamente, e em 1973 escreveu a primeira novela em cores da televisão brasileira, “O Bem Amado”. Discutia nas novela sobre ecologia e no crescimento desordenado da cidade em “O Espigão”, em 1976, em "Saramandaia",  o realismo fantástico, então em moda na literatura, porém com o fracasso de Sinal de Alerta, em 1978, diminuiu o ímpeto, escreveu pouco para a televisão, e dedicou-se mais tarde apenas às minisséries. Dias Gomes foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1991, e ocupou a cadeira 21, cujo patrono é o maranhense Joaquim Serra. Em 18 de maio de 1999, falece em São Paulo, aos 76 anos, em decorrência de um acidente automobilístico, deixando uma extensa obra:

No teatro

A comédia dos moralistas (1939), Esperidião (1938), Ludovico (1940), Amanhã será outro dia (1941), Pé-de-cabra (1942), João Cambão (1942), O homem que não era seu (1942), Sinhazinha (1943), Zeca Diabo (1943), Eu acuso o céu (1943), Um pobre gênio (1943), Toque de recolher (1943), Doutor Ninguém (1943), Beco sem saída (1944), O existencialismo (1944), A dança das horas (1949), O bom ladrão (1951), Os cinco fugitivos do Juízo Final (1954), O pagador de promessas (1959), A invasão (1960), A revolução dos beatos (1961), O bem-amado (1962), O berço do herói (1963), O santo inquérito (1966), O túnel (1968), Vargas (1968), Amor em campo minado (1969), As primícias (1977), Phallus (1978), O rei de Ramos (1978), Campeões do mundo (1979), Olho no olho (1986), e Meu reino por um cavalo (1988).

Na TV

As telenovelas A ponte dos suspiros, sob o pseudônimo de Stela Calderón (1969), Verão vermelho (1969/1970), Assim na terra como no céu (1970/1971), Bandeira 2 (1971/1972), O bem-amado (1973), O espigão (1974), Saramandaia (1976), Sinal de alerta (1978/1979), Roque Santeiro (1985/1986), Mandala (1987/1988), Araponga, com Ferreira Gullar e Lauro César Muniz (1990/1991); as minisséries Um tiro no coração, em co-autoria com Ferreira Gullar, inédita (1982), O pagador de promessas (1988), Noivas de Copacabana (1993), Decadência (1994) e O fim do mundo (1996);

Os seriados

O bem-amado (1979/1984) e Expresso Brasil (1987); os especiais O bem-amado (1964), em adaptação de Benjamin Cattan, Um grito no escuro (1971), O santo inquérito (1979), O boi santo (1988) e A longa noite de Emiliano, inédita.

Romances

Duas sombras apenas (1945), Um amor e sete pecados (1946), A dama da noite (1947), Quando é amanhã (1948), Sucupira, ame-a ou deixe-a (1982), Odorico na cabeça (1983), Derrocada (1994) e Decadência (1995)

Os contos

A tarefa ou Onde estás, Castro Alves? (1967) e A tortuosa e longa noite de Emiliano Posada, inédito. Para o cinema, além do Pagador de Promessas, O marginal (roteiro), O rei do Rio, adaptação de O rei de Ramos (1985) e Amor em campo minado (1988).