A Literatura Brasileira Contemporânea (fins do
séc. XX, início do séc. XXI), surge
quando autores tentam fugir das características literárias anteriores, até
mesmo autores já consagrados, João Cabral e Carlos Drummond de Andrade,
como os novos, Dalton Trevisan e Lygia Fagundes Telles, e outros querendo
trazer novos estilos de narrativa, rompendo com o tradicional, impor temas do
dia a dia, buscando o engajamento social, haja vista, terem sido reprimidos por
duas décadas, e mudar o contexto principalmente na produção de contos e
crônicas. Assim o Concretismo surge com os irmãos Haroldo e Augusto de Campos,
junto com Décio Pignatari, um tipo de poesia amorfa, sem versos, fugindo
do lirismo, podendo ser lido em qualquer direção e Décio Pignatari e Luiz
Ângelo Pinto criam o poema processo, código ou semiótico, geralmente visual,
como se fosse um poema dadaísta, sendo Ferreira Gullar, o nome mais
conhecido, que foge fora do padrão da poesia concreta e de forma lírica, com
temas de interesse social, principalmente relacionados à guerra fria, a corrida
atômica, o neocapitalismo, etc., porém, depois de 1964, passa a ser considerada
uma poesia de resistência, tendo grandes nomes, como Thiago de Mello,
Affonso Romano de Sant’Ana, Chico Buarque e muito mais e a poesia
marginal, de Paulo Leminski, Torquato Neto, Chacal e Ana Cristina Cesar,
expressam a violência diária, sem deixar de lado a ironia, o sarcasmo, as
gírias e o humor.
No que tange a prosa temos: O romance regionalista com o tema dos
problemas das zonas rurais: “Quarup” de Antônio Callado; “Além dos Maribus” de
Herberto Sales; “Vila dos Confins” de Mário Palmério; “O Coronel e o Lobisomem”
de José Cândido de Carvalho; o romance intimista traz temas: a angústia, os
traumas e os problemas psicológicos: “Ciranda de Pedra” de Lydia Fagundes
Telles; “Estorvo” de Chico Buarque; “Ópera dos Mortos” de Autran Dourado; “Reunião
de Família” de Lya Luft; “O Encontro Marcado” de Fernando Sabino; o romance
urbano/social, problemas relacionados à burguesia, luta do proletariado,
violência urbana, e a solidão: “O Ventre” de Carlos Heitor Cony; “Cemitério de
Elefantes” de Dalton Trevisan; “Um Ramo Para Luísa” de José Conde; o romance político:
“Sargento Getúlio” de João Ubaldo Ribeiro; “A Pedra do Reino” de Ariano
Suassuna; o romance reportagem, a denúncia e o protesto em linguagem
jornalística: “Sangue de Coca-Cola” de Roberto Drummond; “O Caso Morel” de
Rubem Fonseca; o romance experimental e metalinguístico: “Zero” de Ignácio de
Loyola Brandão, “A Festa” de Ivan Angelo; o romance policial: “Bala na Agulha”
de Marcelo Rubens Paiva; “A Grande Arte” de Rubens Fonseca; o romance
memorialista/autobiográfico: “Feliz Ano Velho” de Marcelo Rubens Paiva; “O
que é isso, Companheiro?” de Fernando Gabeira; o realismo fantástico ou
Surrealismo: “Incidente em Antares” de Érico Veríssimo, “O Pirotécnico
Zacarias”, de Murilo Rubião. Nos Contos e Crônicas com
narrativa simples, curta, anseio dos leitores pela rapidez de
consumo, de uma sequência anormal, num relato pessoal, com vários flashes,
mistura de poesia e prosa, deixaram seus nomes marcados: Dalton
Trevisan, Hilda Hist, Luís Vilela, Marcelo Rubens Paiva, Domingos Pellegrini
JR., Vinícius de Moraes, Rachel de Queiroz, Carlos Drummond de
Andrade, Luís Fernando Veríssimo e Fernando Sabino.
Mas,a literatura contemporânea abriu portas para
multimodalidades. Como “Mez da Grippe” de Valêncio Xavier, em que o autor
narra uma história, valendo-se de vários gêneros textuais, como notícias,
entrevistas, poesias e propagandas.“Coisas de Índio” de Daniel Munduruku e “A
terra dos mil povos” de Kaka Werá Jecupé, nos dá ideia da literatura dos povos
quilombolas e indígenas que revelam outras formas de literatura que já existiam
antes mesmo da colonização no Brasil, que à época autores apenas descreviam,
sem vivenciarem, tal qual a obra da autora Carolina de Jesus, nos trouxe um diário
de uma favelada, com a literatura feminista, lançada em 1960, com o título
“Quarto de Despejo”
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