quarta-feira, 18 de setembro de 2019

A Literatura Brasileira Contemporânea

A Literatura Brasileira Contemporânea (fins do séc. XX, início do séc. XXI), surge quando autores tentam fugir das características literárias anteriores, até mesmo autores já consagrados, João Cabral e Carlos Drummond de Andrade, como os novos, Dalton Trevisan e Lygia Fagundes Telles, e outros querendo trazer novos estilos de narrativa, rompendo com o tradicional, impor temas do dia a dia, buscando o engajamento social, haja vista, terem sido reprimidos por duas décadas, e mudar o contexto principalmente na produção de contos e crônicas. Assim o Concretismo surge com os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, junto com Décio Pignatari, um tipo de poesia amorfa, sem versos, fugindo do lirismo, podendo ser lido em qualquer direção e Décio Pignatari e Luiz Ângelo Pinto criam o poema processo, código ou semiótico, geralmente visual, como se fosse um poema dadaísta, sendo  Ferreira Gullar, o nome mais conhecido, que foge fora do padrão da poesia concreta e de forma lírica, com temas de interesse social, principalmente relacionados à guerra fria, a corrida atômica, o neocapitalismo, etc., porém, depois de 1964, passa a ser considerada uma poesia de resistência, tendo grandes nomes, como Thiago de Mello, Affonso Romano de Sant’Ana, Chico Buarque e muito mais e a poesia marginal, de Paulo Leminski, Torquato Neto, Chacal e Ana Cristina Cesar, expressam a violência diária, sem deixar de lado a ironia, o sarcasmo, as gírias e o humor.
  No que tange a prosa temos: O romance regionalista com o tema dos problemas das zonas rurais: “Quarup” de Antônio Callado; “Além dos Maribus” de Herberto Sales; “Vila dos Confins” de Mário Palmério; “O Coronel e o Lobisomem” de José Cândido de Carvalho; o romance intimista traz temas: a angústia, os traumas e os problemas psicológicos: “Ciranda de Pedra” de Lydia Fagundes Telles; “Estorvo” de Chico Buarque; “Ópera dos Mortos” de Autran Dourado;  “Reunião de Família” de Lya Luft; “O Encontro Marcado” de Fernando Sabino; o romance urbano/social, problemas relacionados à burguesia, luta do proletariado, violência urbana, e a solidão: “O Ventre” de Carlos Heitor Cony; “Cemitério de Elefantes” de Dalton Trevisan; “Um Ramo Para Luísa” de José Conde; o romance político: “Sargento Getúlio” de João Ubaldo Ribeiro; “A Pedra do Reino” de Ariano Suassuna; o romance reportagem, a denúncia e o protesto em linguagem jornalística: “Sangue de Coca-Cola” de Roberto Drummond; “O Caso Morel” de Rubem Fonseca; o romance experimental e metalinguístico: “Zero” de Ignácio de Loyola Brandão, “A Festa” de Ivan Angelo; o romance policial: “Bala na Agulha” de Marcelo Rubens Paiva; “A Grande Arte” de Rubens Fonseca; o romance memorialista/autobiográfico: “Feliz Ano Velho” de Marcelo Rubens Paiva; “O que é isso, Companheiro?” de Fernando Gabeira; o realismo fantástico ou Surrealismo: “Incidente em Antares” de Érico Veríssimo, “O Pirotécnico Zacarias”, de Murilo Rubião.  Nos Contos e Crônicas com narrativa  simples, curta, anseio  dos leitores pela rapidez de consumo, de uma sequência anormal, num relato pessoal, com vários flashes, mistura de poesia e prosa, deixaram seus nomes marcados: Dalton Trevisan, Hilda Hist, Luís Vilela, Marcelo Rubens Paiva, Domingos Pellegrini JR., Vinícius de Moraes, Rachel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Luís Fernando Veríssimo e Fernando Sabino. 



Mas,a literatura contemporânea abriu portas para multimodalidades. Como “Mez da Grippe” de Valêncio Xavier, em que o autor narra uma história, valendo-se de vários gêneros textuais, como notícias, entrevistas, poesias e propagandas.“Coisas de Índio” de Daniel Munduruku e “A terra dos mil povos” de Kaka Werá Jecupé, nos dá ideia da literatura dos povos quilombolas e indígenas que revelam outras formas de literatura que já existiam antes mesmo da colonização no Brasil, que à época autores apenas descreviam, sem vivenciarem, tal qual a obra da autora Carolina de Jesus, nos trouxe um diário de uma favelada, com a literatura feminista, lançada em 1960, com o título “Quarto de Despejo” 

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