Neste fevereiro de 2012, faz 50 anos que Cândido Torquato
Portinari deixava seu corpo físico, e para o mundo 5000 obras de arte e
30000 documentos.
Infância humilde, primário incompleto, aos quatorze anos vê no
convite de escultores italianos que restauravam igrejas da sua cidade,
para ser ajudante, um estímulo para buscar o aprendizado na Escola
Nacional de Belas Artes e que faria no ano seguinte, quando no Rio de Janeiro,
matricula-se e por mérito, anos depois recebe o
prêmio que lhe dá direito a uma viagem à Europa.
prêmio que lhe dá direito a uma viagem à Europa.
Indo residir em Paris, convive
com artistas de renome e conhece Maria Martinelli, uma uruguaia
de 19 anos com quem passaria
o resto de sua vida.
Saudoso de sua gente, retorna à pátria em 1931 e
passa a retratar nas telas o povo brasileiro, e suas obras levam ao
reconhecimento no exterior, daí em diante são inúmeros os convites
para expor, não só na
Europa, como no Museu de Arte Moderna de Nova York onde lhe compram a tela
"O Morro", consolidando sua projeção nos EUA, além
da Universidade de Chicago publicar o primeiro livro sobre o ele com o
título "PORTINARI, HIS LIFE AND ART".
Assim segue com as exposições, no salão Peuser, de
Buenos Aires e nos salões da Comissão nacional de Belas Artes, de Montevidéu,
com sucesso de público e crítica.
No Brasil, se integra à elite intelectual, numa época em que se verifica
notável mudança da atitude estética e na cultura do país, eram os tempos de
"Arte Moderna".
Entre uma viagem e outra, realiza oito painéis conhecidos como Série
Bíblica influenciado pela visão picassiana de Guernica, ainda sob o impacto da
2ª Guerra Mundial, pelos horrores da guerra produz as séries RETIRANTES
e MENINOS DE BRODOSWKI, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro e candidata-se
a deputado, em 1945, e a senador, 1947.
A convite do arquiteto Oscar Niemeyer, inicia as obras de decoração do
conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais,
destacando-se o mural SÃO
FRANCISCO e a VIA SACRA, na Igreja da Pampulha.
Na
Galerie Charpentier, o governo francês, lhe confere a insígnia da Légion
d'Honneur.
Exilado no Uruguai, por motivos políticos, dá início da exploração dos temas
históricos através da afirmação do muralismo, com o painel "A PRIMEIRA
MISSA NO BRASIL", e o painel "TIRADENTES".
Recebe
a medalha de ouro concedida pelo Juri do Prêmio Internacional da Paz, reunido
em Varsóvia.
Com a
anistia geral, em 1951 volta ao Brasil, ano da I Bienal de São Paulo, expõe
suas obras em sala particular, mas, dá sinais de saúde debilitada.
Realiza
painel com temática histórica, "A CHEGADA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA
À BAHIA" e trabalha duro durante quatro anos, para entregar os
painéis "GUERRA E PAZ", que o Brasil oferece aos EUA medindo 14x10 m
cada, o maior pintado por Portinari, e que se encontram no "hall" de
entrada do edifício-sede da ONU, em Nova York.
No
período recebe a medalha de ouro concedida pelo Internacional
Fine-Arts Council de Nova York como o melhor pintor do ano de 1955.
A
convite do governo de Israel, expõe e executa desenhos inspirados no
recém-criado Estado Israelense, expõe em Bolonha, Lima, Buenos Aires e
Rio de Janeiro recebendo o Prêmio Guggenheim do Brasil, em Nova Iorque
recebe a Menção Honrosa no Concurso Internacional de Aquarela do Hallmark
Art Award.
Em
1958 é o único artista brasileiro a participar da exposição "50 ANOS DE
ARTE MODERNA", no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas.
Como
convidado de honra, expõe, contrariando os médicos, 39 obras em sala especial
na I Bienal de Artes Plásticas da Cidade do México, e depois em Buenos Aires
e na Galeria Wildenstein de Nova York e, participa da exposição COLEÇÃO DE ARTE INTERAMERICANA, do Museo de Bellas Artes de Caracas.
Uma das causas que o debilita, são efeitos da
intoxicação, em razão da química das próprias tintas que utilizou ao longo dos
anos.
Aos seis dias de fevereiro de 1962, suas
mãos cingem indelevelmente o céu azul, deixando sobre a tela branca pincéis que
inscreveram para a história o maior artista plástico brasileiro do século XX, quando se preparava para uma grande
exposição de cerca de 200 obras a convite da Prefeitura de Milão.
O alvo da minha pintura é o sentimento. Para mim,
a técnica é meramente um meio. Porém, um meio indispensável.
Candido
Portinari
Candido Portinari
Até a próxima
"O alvo da minha pintura é o sentimento. Para mim, a técnica é meramente um meio."
ResponderExcluirPerfeito!
O sentimento,a emoção...
Há muito,as pessoas vêm "endurecendo" o coração.
Que isso mude um dia...
Belo texto!! :)
Beijão
E há de mudar.
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