Abrir o ano com mais um tema político, é dose, mas, fazer o quê?
O Brasileiro parece que adora complicar!
É notório que o Brasil não estava preparado para assumir a Copa , sequer
as Olimpíadas, mas!
Assim da vitória, o Maracanã teve as grades cobertas por placas estilosas, propaganda
como sempre enganosa dos governos, de que a obra seria concluída no prazo determinado
e o valor total não seria o que hoje está próximo do triplo do orçado.
Não apenas obras, em
época de concursos, quando o Estádio cedia as instalações para a aplicação de provas, ficava
impraticável caminhar e a Cidade Maravilhosa nos abre inúmeras opções.
A Lagoa Rodrigo de Freitas, onde o Cristo parece alertar aos que acostumados ao
oval do estádio dar cinco ou seis voltas, parar na primeira. Na Urca, a Pista
Cláudio Coutinho, ou Caminho do Bem te Vi como é conhecido, margeando o
Pão de Açúcar, somadas as visões daquele com a entrada da Baía de Guanabara, tornar
mais um passeio, que propriamente caminhada;
além destas opções, o calçadão de
Copacabana, na eterna Princezinha do Mar, e o Alto da Boa Vista, para uma
caminhada mais forçada, começando pelo
belo visual da Cascatinha.
Vizinho do Maracanã desde 1980, passei na década seguinte a me juntar
àqueles que utilizavam-se da pista, para na
caminhada produzir endorfina, descoberta pouco antes, em 1975.
E lá estava imponente, aquele prédio da Rua Mata Machado, hoje envolvido em uma grande polêmica.
Construído em 1862, o seu primeiro proprietário, Duque de Saxe, em 18 de
julho de 1865, doou à União para transformá-lo num centro de pesquisa sobre a
cultura indígena, sendo ali criado pelo Marechal Rondon, em 1910 o Serviço de Proteção
ao Índio.
Em 19 de abril de 1953 nosso antropólogo Darcy Ribeiro criou o
Museu do Índio, tanto que a data
mais tarde passaria a ser comemorativa do dia
do Índio. O Museu, ligado à Fundação Nacional do Índio, em 1978 teve sua sede transferida para um prédio
tombado na Rua das Palmeiras, 55 em Botafogo.
Enquanto esteve na Rua Mata Machado, nenhum órgão se interessou
pelo tombamento, e nestes vinte anos de caminhada, o que vi foi o próprio
prédio quase tombar pelas ruínas causadas pela depredação.
Em 1984 a União cedeu o imóvel à Companhia Nacional de Abastecimento, e em 1986 passa ao Ministério da Agricultura. É fácil identificar que Setores do Ministério ocupam prédios vizinhos, mas, o da Rua Mata Machado, o que se viu naquele, foi a manutenção de guardas de segurança evitando a total depredação.
Em 1984 a União cedeu o imóvel à Companhia Nacional de Abastecimento, e em 1986 passa ao Ministério da Agricultura. É fácil identificar que Setores do Ministério ocupam prédios vizinhos, mas, o da Rua Mata Machado, o que se viu naquele, foi a manutenção de guardas de segurança evitando a total depredação.
Se perguntar não ofende, pergunto:
Qual o motivo de não ter sido tombado, até pela causa da doação inicial?
Mesmo que não tombado, pela causa, qual a razão da transferência, para Botafogo e não terem os índios questionado na ocasião e retornarem em 2006, mera coincidência com o advento da Copa?
Nada contra os primeiros moradores da terra Brasil, ao contrário, mas, até
então não se ouvia falar de aldeia, lá se vão anos que aqui houve uma, a
“Aldeia Campista” , sub-bairro hoje lembrado por aqueles da época, criado no entorno da fábrica Confiança, onde junto a ela foram
construídas as casas para os operários, mas, imprensado entre os
bairros da Tijuca, Andaraí , Maracanã e Vila Isabel, foi
a este último anexado.
Se Noel Rosa, imortalizou aquela fábrica com a canção Três Apitos, alusão a uma de suas amadas,
operária da fábrica que não lhe dava a mínima, fábrica cujas instalações são ocupadas hoje por um supermercado, e as casas dos operários existem e conservam a arquitetura original, a Aldeia Campista, que já não existe, foi imortalizada pelo maior influente dramaturgo brasileiro, Nelson
Rodrigues, irmão de Mário Filho, que viria a dar nome ao Estádio do Maracanã. Nelson Rodrigues a partir de 1916 residiu na "Aldeia Campista" e inspirado no
cotidiano do lugar, escreveu contos e crônicas, tanto que na
peça “ Engraçadinha”, usa uma praça que também já não existe, e se
valeu dos costumes da época para escrever boa parte de “A vida como ela é”.
Questionar que prédios antigos, tem que ter autorização para serem
demolidos, tudo bem, levar para o lado sentimental, ou mesmo patrimonial, também, não só pela intenção da doação inicial, e até por ter sido o projeto iniciado
por Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon, que muitos sequer sabem
que era descendente de índios Terenas, Borôro e Guaná, e da continuidade dada
pelo antropólogo Darcy Ribeiro, tudo bem, mas, não ficou bem, e o título é proposital, clareia quando das perguntas acima.
Nos parece que aos governantes se faltou estratégia, muito mais a política, no significado maior do termo, qual seja os procedimentos peculiares à "pólis", que envolvem por extensão a sociedade, com certeza tudo se resolveria prognosticando e não diagnosticando, evitando o imblóglio que ora se envolvem.
Nos parece que aos governantes se faltou estratégia, muito mais a política, no significado maior do termo, qual seja os procedimentos peculiares à "pólis", que envolvem por extensão a sociedade, com certeza tudo se resolveria prognosticando e não diagnosticando, evitando o imblóglio que ora se envolvem.
Me poupem!
Daniel O’ Oconnel líder nacionalista irlandês já dizia: ""Nada pode ser politicamente certo se for moralmente
errado".
Texto impecavel!!
ResponderExcluirLembro-me da infancia,em que no periodo de comemoracoes ao Dia do indio,na escola,fomos levados ao museu,que ficava e ainda esta em Botafogo.O predio tao "badalado" atualmente,desde que o conheco,ha 32 anos,sempre esteve "jogado as tracas" e agora ...Bem,melhor parar por aqui.Jogos politicos sao complicados,e prefiro manter a minha visao de vida.Foi muito bem descrito e concordo plenamente,"nada pode ser politicamente correto,se for moralmente errado".
Meu caro amigo. Como sempre muito bom o seu artigo, principalmente porque não se prende ao politicamente correto e moderninho. Sou morador do bairro a 25 anos, e, como observador do meu entorno, principalmente nas caminhadas que tb faço no maraca, nunca vi qualquer movimentação como se vê agora, com os oportunistas de sempre, alguns tolos e "índios" hight tech. Infelizmente passou o momento de fazer alguma coisa e o que interessa é que em breve teremos milhares de turistas na cidade. Sinceramente torço para que tudo corra bem e que o Brasil possa passar uma boa imagem para o mundo. Abraços, Jorge (GEAL)
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