terça-feira, 18 de setembro de 2012

Desaposentadoria


Fazia a caminhada matinal, quando o celular tocou; do outro lado  um amigo, por sinal de caminhada, que deixou de fazê-la naquele trecho que ainda permaneço, me passa sua  preocupação, que é também minha, já que somos testemunhas,  em uma amizade de mais de 40 anos, tempo em que nossos contracheques vinham com desconto de 20% para a previdência.
Aposentados, não consideraram aquele percentual, e haja vista os artifícios que governantes fazem, como pedágio, fator previdenciário, e outras artimanhas, serem causas do achatamento e não por ser deficitária a previdência.
Daí, queria a indicação de advogado para dar entrada na desaposentadoria. A fim de não perder o pique, para não dizer o fôlego, fiquei de passar o telefone de um, quando
chegasse em casa, o que fiz  via SMS, para acompanhar os mais jovens, que diferentemente dos franceses, refiro-me ao que ocorreu, quando  em desacordo com os governantes que apenas estavam pensando em mudar as regras da previdência, saíram às ruas em passeata.
Com certeza a  dificuldade de  bons advogados em direito previdenciário,  é em razão de não haver uma regra básica, pode se notar que tal direito no Brasil, muda de acordo com a política, em contrapartida ficamos meio século para mudar o código de Direito Penal, e outros tantos anos para o Civil, daí, nas rodas de amigos em torno dos 40, me ouvem falar que aqui nada se faz, e se a nossa está defasada, imaginem como estarão quando se aposentarem!
Nas minhas lucubrações, com os governos insistindo em fazer lobby, utilizando a previdência, que é deficitária, que deve ser revista, não  apresentem os números, nem abrem a caixa preta, continuando a  aumentar a receita através impostos, e com política de juros exorbitantes que levam ao cabide de empregos, da compra de votos, e na surdina os anos de corrupção, vêem à tona, mas, que não acabam. Em detrimento da população,  dão-se as benesses, como a de ascensoristas de assembleias, com polpudos salários, e vereadores, que não deveriam sequer ser remunerados; um pró-labore no início da carreira política, se  bem, a população o alçaria a deputado estadual, e assim sucessivamente até chegar ao Senado, e não diferentemente como é, agora mais ainda, filho dos filhos se candidatam, com a pretensão  da manutenção do status, do virar profissão, quando não o seria, mas que se aposentando, o faz com o maior valor recebido durante o mandato, aí está o rombo.
O lobby sobre a dívida externa, que não foi zerada em tempo algum, mas, um povo inculto, engole fácil, com a mídia tendo como principal fonte de renda, a propaganda governamental, não se expõe e pouco expressa as cifras assustadoras da dívida interna, sério fator inibidor de uma política social e previdenciária.
A política quando bem direcionada é algo salutar, digna de propostas que conduzam o país a um primeiro mundo verdadeiro, mas, voltemos à previdência.
Pois, bem,  fruto destes desmandos, é que falta verba para a a previdência ser mais justa e humana, como de todo para com a  população.
Que é dos  devedores da previdência? Estes ao invés de serem cobrados, cito os clubes de futebol, cujos grandes, em sua maioria,  maus administrados, ganham polpudos percentuais em cima da venda do passe, mas, não recolhem à previdência, sendo eles os maiores devedores.
Que motivos, levaram os governantes a fazer um caixa único, quando da criação da previdência rural, sabiam que aqueles nunca contribuíram para a previdência.
Poucos se dão conta e só se darão, quando se aposentarem. 
O ano de 1995, facilita pelo fator percentual, o salário mínimo de R$100,00 e o teto da previdência era de R$822,66. Fácil perceber que deveria ser R$1.000,00,  mas, criado o valor de referência, surrupiam os beneficiários, daí 8,22 salários mínimos, só que hoje o salário mínimo que é de R$622,00 e o teto da previdência de R$3.916,20,  a proporção baixou para 6,29 salários mínimos. Pergunto, e amanhã quanto será, aonde chegaremos?
O advento da previdência privada, com certeza beneficia, mas, muito mais a classe privilegiada. Todos sabem que o país, é um dos que mais cobra impostos, inclusive considera o salário do trabalhador, como renda, tributando-o.
Estudos, comprovam que hoje o trabalhador deixa em tributos, quatro meses  para pagamento de impostos.
A previdência, mais uma vez é usada pelos governantes, sem nenhum pudor, e inventam a tal desaposentadoria, nomezinho sem vergonha, criado por estes artistas que deveriam estar em um picadeiro, mas, fazem de nós palhaços deste circo, para ter mais arrecadação. O aposentado da previdência hoje, não se sustenta sem trabalhar, sem fazer bico, sem que haja melhor política para os que tanto lutaram para que a nação chegasse aonde chegou, e não está melhor, não pelo dito rombo da previdência, mas, pelos desmandos, pela corrupção desenfreada, pela falta de pudor político, por falta de amor à Pátria.
Já é hora de tirarmos este acessório vermelho de nossos narizes.

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