No século XVIII, o “Século das
luzes”, a Europa passou por grandes modificações, que culminou com a
Revolução francesa de 1789; A França escreveu a “Enciclopédia” coordenada por
D’Alembert e Diderot e como colaboradores Montesquieu e Voltaire, na tentativa
de sistematizar o conhecimento humano da época.
Na Inglaterra, a revolução industrial, levou à necessidade de
aperfeiçoar a técnica de produção, dando impulso às ciências naturais. A razão passou a ser valorizada como única fonte do conhecimento da natureza e da
vida em sociedade. A instituições religiosas perderam poder, e a atividade
econômica adotou o liberalismo. O Estado absolutista, passou a ser criticado
pelos cientistas e filósofos, surgindo o Iluminismo, das transformações
econômicas, políticas e sociais deste período, e o Arcadismo como expressão
literária desse momento, de mudanças,
representa a crítica da burguesia culta ao modo de vida simbolizado pela
nobreza e o clero, buscando a simplicidade, e os versos passaram a ser escritos
numa linguagem, mais simples, mais popular. O Arcadismo no Brasil, se deu quando a exploração da lavoura de cana
de açúcar do Nordeste entra em declínio, e o eixo econômico se desloca para
Minas Gerais, com a exploração do ouro, sendo fundadas as primeiras cidades urbanas
(Ouro Preto, Sabará e Mariana) e com as novidades trazidas pela “Enciclopédia”,
formou-se em Minas Gerais, um grupo
intelectual que se destacou na literatura e na política, visando a
emancipação do Brasil, que culminou com a Inconfidência Mineira, dentre eles, Cláudio
Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga, José Basílio Gama e Frei José de Santa
Rita Durão.
Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), mineiro, formou-se bacharel em
Coimbra, com o volume “Obras” dá início ao Arcadismo no Brasil, escreveu
poesias épicas e líricas, em português e italiano e com o pseudônimo literário
de Glauceste Satúrnio, com versos bem construídos e num ritmo fluido, escreveu
cem sonetos, com a natureza como
cenário, direcionados as musas: Nise, Eulina e Daliana.
(...)
Ah se ao
menos teu nome ouvir pudera
Entre esta
aura suave, que respira!
Nise,
cuido, que diz; mas é mentira
Nise,
cuidei que ouvia; e tal não era.
Louvou a mulher, na figura de uma pastora, e sua cidade
natal, para compor o poema épico “Vila Rica”, descrevendo a cidade desde sua
origem, e as atividades da mineração do ouro e das pedras preciosas.
(...)
"Enfim
serás cantada, Vila Rica,
Teu
nome impresso nas memórias fica.
Terás
a glória de ter dado o berço
A
quem te faz girar pelo universo."
Cláudio Manuel da Costa foi preso quando tinha 60 anos, e
suicidou-se na prisão.
Muito bom!Parabéns pelo artigo!
ResponderExcluir