sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Literatura Brasileira - O Barroco

A consolidação da aristocracia brasileira, apoiada no cultivo da cana de açúcar se deu no período Barroco. Invasores cobiçavam a riqueza que escoava do Nordeste, dentre eles, os holandeses, liderados por Maurício de Nassau, ocuparam durante anos a região. Apoiada no trabalho braçal dos escravos, trazidos cada vez mais em maior número da África, enquanto, exterminava-se as nações indígenas, formando uma população mestiça. Aos poucos foram surgindo o comércio, o artesanato, e até algumas profissões liberais, sob o domínio absoluto dos jesuítas. Nas artes, o Barroco foi um movimento de oposição ao Classicismo, a fim de formar uma nova linguagem. Se os autores clássicos buscavam a clareza de ideias na expressão, apresentando o homem racional e equilibrado, o  barroco, apresentava o angustiado e tenso, se excediam nas expressões como hipérboles, antíteses e demais figuras de linguagem. Na literatura, o poema épico "Prosopopeia"  (1601), única obra de Bento Teixeira, (1561-1600), poeta luso-brasileiro, é dada como o marco inicial do Barroco Brasileiro, mas, poucos fatos podem ser atestado sobre sua vida e obra, sendo que o Barroco Brasileiro, atingiu seu apogeu com Gregório de Matos Guerra, mas,  no contexto histórico, o Padre Antonio Vieira
nascido em Portugal em 1608 que morreu no Brasil em 1697, tem destaque importante. Veio para cá, com sete anos.  Estudou e se ordenou no Colégio dos Jesuítas da Bahia. Viajou a Portugal em função diplomática para D. João IV, retornou, chefiou as missões jesuíticas, e foi perseguido pelo Santo Ofício. Ficou preso por 2 anos. Foi a Roma, confessor da rainha Elizabeth da Suécia. Voltou ao Brasil em 1681. Escreveu “Os Sermões”, verdadeiras peças de literárias, reunidos depois em 16 volumes, expondo análises, e comentários sobre os mais importantes fatos da época, revelando suas ideias, a importância da Igreja Católica e da monarquia portuguesa.


(...)
O pão que amassastes
Dentro de vossos peitos
É o amor perfeito
Com que Deus amastes.

Gregório de Matos Guerra, nasceu na Bahia em 1633 e faleceu em Pernambuco em 1696, portanto o primeiro brasileiro, estudou no Colégio Jesuíta da Bahia e 
cursou Direito em Coimbra, mas, não se adaptando retornou ao Brasil, mas, viveu na boemia, escrevendo sátiras contra a sociedade baiana, criticando os nobres, os padres, os burgueses, os mulatos, e quando criticou o filho do governador, foi exilado na África. Retornou a Pernambuco onde ficou até morrer. Apesar de ser mais conhecido como um poeta satírico, pode-se ter uma ideia mais profunda de sua obra, compilada em 7 volumes em 1968, onde se revela um cristão convicto, vivendo entre o pecado e o perdão, ou seja, produziu poemas lírico-amorosos e religiosos, além dos satíricos.
(...)
Valha-nos Deus, o  que custa
O que El-Rei nos dá de graça,
Que anda a justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.

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